Elton John vira alvo da extrema-direita italiana
ROMA, 09 FEV (ANSA) - A emissora pública italiana "Rai" virou alvo de políticos de direita e extrema-direita por ter convidado para o Festival de Sanremo de 2016 o astro britânico Elton John, conhecido ativista pelos direitos dos homossexuais e pai de dois filhos nascidos de barriga de aluguel.
A polêmica se deu porque o Senado da Itália discute atualmente um projeto de lei proposto pelo governo que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo a prevê a "stepchild adoption" ("adoção de enteado"), quando, na ausência de um dos pais biológicos, um cidadão registra o filho do parceiro.
"Elton John não deve falar no palco de casais gays. É um cantor, então que cante, e não faça política", declarou o líder do partido ultraconservador Liga Norte, Matteo Salvini, que pediu para o músico, pago com dinheiro dos italianos, não defender a causa homossexual na "Rai" - que transmite o Festival de Sanremo com exclusividade. "Ele não pode falar de união civil e nem de adoção no palco", acrescentou.
Já o ex-ministro de Infraestrutura e Transportes Maurizio Lupi, que renunciou ao cargo em meio a um escândalo de tráfico de influência, declarou que Elton John é um "espetáculo" como cantor, mas não deve aparecer na TV como "especialista em adoção". "Devemos lembrar que [a 'Rai'] é serviço público", disse o também líder do grupo conservador Área Popular na Câmara dos Deputados.
Além disso, a presidente do partido de direita Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, acusou a "mamãe Rai" de servir de "barriga de aluguel" para o britânico fazer um "comercial sobre adoção gay".
Mas nem todos os líderes conservadores do país saíram ao ataque de Elton John. O prefeito de Verona, Flavio Tosi, dissidente da Liga Norte, pediu o fim de "polêmicas instrumentais" e afirmou que Sanremo não pode ser objeto de "campanha eleitoral".
"A discussão sobre a união civil é sagrada. Nós estamos do lado da família natural, mas acreditamos que o melhor lugar para manifestar nossa posição é o Parlamento, não o teatro Ariston [sede do festival]", salientou.
O cantor é um dos convidados de honra da edição 2016 do maior evento de música da Itália. Ao lado dele, também estarão Eros Ramazzotti, Laura Pausini e a atriz Nicole Kidman, que recorreu a uma barriga de aluguel para engravidar.
A direita italiana defende que a "adoção de enteado" pode abrir espaço para gays contratarem barrigas de aluguel, até em outros países, para terem uma criança. A inclusão da "stepchild adoption" é um dos principais entraves para a aprovação do projeto sobre união civil no Senado, onde o governo tem uma maioria bastante estreita.
Passado - Em agosto de 2015, Elton John se envolveu em um bate-boca com o prefeito de Veneza, o conservador Luigi Brugnaro, ao criticar sua decisão de banir das escolas da cidade livros infanto-juvenis sobre homossexualismo.
Em seu perfil no Instagram, o músico postou uma mensagem chamando Brugnaro de "grosseiramente intolerante" e "extremamente tolo". Já o alcaide respondeu que as palavras do astro mostravam a "arrogância de quem é rico e pode tudo".
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A polêmica se deu porque o Senado da Itália discute atualmente um projeto de lei proposto pelo governo que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo a prevê a "stepchild adoption" ("adoção de enteado"), quando, na ausência de um dos pais biológicos, um cidadão registra o filho do parceiro.
"Elton John não deve falar no palco de casais gays. É um cantor, então que cante, e não faça política", declarou o líder do partido ultraconservador Liga Norte, Matteo Salvini, que pediu para o músico, pago com dinheiro dos italianos, não defender a causa homossexual na "Rai" - que transmite o Festival de Sanremo com exclusividade. "Ele não pode falar de união civil e nem de adoção no palco", acrescentou.
Já o ex-ministro de Infraestrutura e Transportes Maurizio Lupi, que renunciou ao cargo em meio a um escândalo de tráfico de influência, declarou que Elton John é um "espetáculo" como cantor, mas não deve aparecer na TV como "especialista em adoção". "Devemos lembrar que [a 'Rai'] é serviço público", disse o também líder do grupo conservador Área Popular na Câmara dos Deputados.
Além disso, a presidente do partido de direita Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, acusou a "mamãe Rai" de servir de "barriga de aluguel" para o britânico fazer um "comercial sobre adoção gay".
Mas nem todos os líderes conservadores do país saíram ao ataque de Elton John. O prefeito de Verona, Flavio Tosi, dissidente da Liga Norte, pediu o fim de "polêmicas instrumentais" e afirmou que Sanremo não pode ser objeto de "campanha eleitoral".
"A discussão sobre a união civil é sagrada. Nós estamos do lado da família natural, mas acreditamos que o melhor lugar para manifestar nossa posição é o Parlamento, não o teatro Ariston [sede do festival]", salientou.
O cantor é um dos convidados de honra da edição 2016 do maior evento de música da Itália. Ao lado dele, também estarão Eros Ramazzotti, Laura Pausini e a atriz Nicole Kidman, que recorreu a uma barriga de aluguel para engravidar.
A direita italiana defende que a "adoção de enteado" pode abrir espaço para gays contratarem barrigas de aluguel, até em outros países, para terem uma criança. A inclusão da "stepchild adoption" é um dos principais entraves para a aprovação do projeto sobre união civil no Senado, onde o governo tem uma maioria bastante estreita.
Passado - Em agosto de 2015, Elton John se envolveu em um bate-boca com o prefeito de Veneza, o conservador Luigi Brugnaro, ao criticar sua decisão de banir das escolas da cidade livros infanto-juvenis sobre homossexualismo.
Em seu perfil no Instagram, o músico postou uma mensagem chamando Brugnaro de "grosseiramente intolerante" e "extremamente tolo". Já o alcaide respondeu que as palavras do astro mostravam a "arrogância de quem é rico e pode tudo".
(ANSA)
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