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Após bate-boca, Itália e União Europeia fazem as pazes

26/02/2016 14h54

ROMA, 26 FEV (ANSA) - Protagonistas de um bate-boca público em janeiro passado, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deram sinais de reaproximação nesta sexta-feira (26), em um encontro bilateral no Palácio Chigi, sede do governo italiano.   

Em uma coletiva de imprensa após a reunião, Renzi disse que "compartilha" da mesma linha do poder Executivo da União Europeia sobre a flexibilização das regras do bloco e declarou que seu país não pede para mudar nenhuma norma. "O governo está do lado das regras, acredita no respeito às regras e faz de tudo para estar na vanguarda", disse o premier.   

Os dois também conversaram sobre a crise de refugiados que atinge a Europa, com Juncker dizendo que a Itália é um "modelo para os outros países", principalmente para aqueles mais "hesitantes". "[A Itália] Teve uma conduta exemplar", afirmou o luxemburguês. No Twitter, ele ainda disse estar "feliz" por encontrar seu "amigo" Matteo Renzi.   

Outro objetivo da reunião foi relançar o projeto de integração europeia, cada vez mais ameaçado pelo crescente nacionalismo em seus Estados-membros. Uma pesquisa recente, por exemplo, mostra que os britânicos estão divididos sobre a permanência do Reino Unido na UE. Em junho, o país terá um referendo para decidir sobre a chamada "Brexit", termo em inglês para "saída britânica".   

No mês passado, Renzi e Juncker discutiram asperamente por meio da imprensa, com duras críticas partindo de ambos os lados.   

Primeiro, o presidente da Comissão Europeia acusou o italiano de "vilipendiar" constantemente as instituições de Bruxelas e disse que os méritos pela flexibilização das normas do bloco na área econômica - uma das principais bandeiras de Renzi - eram dele, e não do premier.   

Em seguida, o primeiro-ministro respondeu que não seria "intimidado" pela UE e que seu país merecia respeito e não seria mais "telecomandado" de fora. Desde que chegou ao poder, em fevereiro de 2014, o chefe de governo vive em um constante "morde e assopra" com Bruxelas. Apesar de ser europeísta convicto, ele nunca perde a chance de criticar a rigidez do bloco, suas políticas de austeridade e a falta de solidariedade no combate à crise de refugiados. (ANSA)
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