(Análise) Bogotá e Farc adiam assinatura de acordo de paz
Por Oscar Escamilla BOGOTÁ, 24 MAR (ANSA) - A última quarta-feira deveria ser um dia histórico para a Colômbia, quando o governo de Bogotá e o grupo guerrilheiro Farc se comprometeram publicamente a anunciar o fim do conflito armado após quase quatro anos de negociações e seis décadas de confrontos.
O anúncio, no entanto, não foi feito e dificilmente deve acontecer nos próximos dias, como explicou um dos representantes dos guerrilheiros nas negociações Jorge Torres Victoria, conhecido como Pablo Catatumbo.
"Não, hoje não faremos um anúncio de cessar-fogo bilateral", disse ontem a jornalistas em Havana, Cuba, onde estão sendo realizadas as negociações.
Após encontro entre as partes, o principal negociador do Governo, o ex-ministro Humberto de la Calle, disse que "continuam a existir diferenças importantes com as Farc".
Entre os temas de desacordo está a entrega de armas por parte dos guerrilheiros e o lugar onde deverão se concentrar antes da assinatura de paz, uma vez que seja acordado oficialmente o cessar-fogo bilateral.
O conselheiro da Presidência na área de direitos humanos, Guillermo Rivera, assegurou que assegurar o anúncio foi um ato de "responsabilidade" por parte do mandatário, Juan Manuel Santos. "Não se trata de honrar uma data, se trata de honrar a dignidade do povo colombiano que está refletida na construção de um bom acordo. O mais importante é chegar a um bom tratado e, se é preciso tomar mais algumas semanas, então faremos isso", acrescentou.
A data do prazo para assinatura do acordo de paz foi estipulada em 23 de setembro por Santos, após uma viagem a Havana, ocasião em que se encontrou com o chefe máximo das Farc, Timoleón Jiménez, o Timochenko.
As esperanças aumentaram com um acordo sobre a espinhosa questão das consequências judiciais do conflito, o que abriu caminho para colocar um fim definitivo ao caso. A questão do modelo de justiça que será aplicado para garantir os direitos das vítimas do conflito era um dos principais entraves das negociações de paz entre os dois lados.
A data foi reiterada por Santos mais de uma vez nos últimos meses, até que, em 7 de março, a chanceler, María Angela Holguín, disse que um "mau acordo" não seria assinado apenas para cumprir um prazo. Desde que as Farc foram criadas, no começo dos anos 1960, estima-se que o conflito com Bogotá tenha deixado mais de 220 mil mortos, quase 50 mil desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O anúncio, no entanto, não foi feito e dificilmente deve acontecer nos próximos dias, como explicou um dos representantes dos guerrilheiros nas negociações Jorge Torres Victoria, conhecido como Pablo Catatumbo.
"Não, hoje não faremos um anúncio de cessar-fogo bilateral", disse ontem a jornalistas em Havana, Cuba, onde estão sendo realizadas as negociações.
Após encontro entre as partes, o principal negociador do Governo, o ex-ministro Humberto de la Calle, disse que "continuam a existir diferenças importantes com as Farc".
Entre os temas de desacordo está a entrega de armas por parte dos guerrilheiros e o lugar onde deverão se concentrar antes da assinatura de paz, uma vez que seja acordado oficialmente o cessar-fogo bilateral.
O conselheiro da Presidência na área de direitos humanos, Guillermo Rivera, assegurou que assegurar o anúncio foi um ato de "responsabilidade" por parte do mandatário, Juan Manuel Santos. "Não se trata de honrar uma data, se trata de honrar a dignidade do povo colombiano que está refletida na construção de um bom acordo. O mais importante é chegar a um bom tratado e, se é preciso tomar mais algumas semanas, então faremos isso", acrescentou.
A data do prazo para assinatura do acordo de paz foi estipulada em 23 de setembro por Santos, após uma viagem a Havana, ocasião em que se encontrou com o chefe máximo das Farc, Timoleón Jiménez, o Timochenko.
As esperanças aumentaram com um acordo sobre a espinhosa questão das consequências judiciais do conflito, o que abriu caminho para colocar um fim definitivo ao caso. A questão do modelo de justiça que será aplicado para garantir os direitos das vítimas do conflito era um dos principais entraves das negociações de paz entre os dois lados.
A data foi reiterada por Santos mais de uma vez nos últimos meses, até que, em 7 de março, a chanceler, María Angela Holguín, disse que um "mau acordo" não seria assinado apenas para cumprir um prazo. Desde que as Farc foram criadas, no começo dos anos 1960, estima-se que o conflito com Bogotá tenha deixado mais de 220 mil mortos, quase 50 mil desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados. (ANSA)
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