Após mediação do Papa, Mercosul analisará crise na Venezuela
SÃO PAULO, 25 OUT (ANSA) - O presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, disse que o Mercosul se reunirá nos próximos dias para discutir a aplicação da cláusula democrática contra a Venezuela, que passa por uma grave crise política e econômica.
O anúncio foi feito em Buenos Aires, após uma reunião com o mandatário da Argentina, Mauricio Macri, que afirmou que Caracas não pode continuar fazendo parte do bloco se seguir do mesmo jeito.
A cláusula democrática estabelece que a plena vigência das instituições democráticas é "condição essencial" para a integração dos países do mercado comum e pode levar à suspensão da Venezuela.
A crise no país se agravou no fim da semana passada, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), fiel ao presidente Nicolás Maduro, suspendeu o processo de coleta de assinaturas para um referendo revogatório de seu mandato.
Em seguida, o Congresso, controlado pela oposição, aprovou um texto que acusa o mandatário de promover um "golpe de Estado" junto com os poderes Judiciário e Eleitoral. A piora da situação aumentou a preocupação não apenas no Mercosul e nos países da região, mas também no Vaticano.
Na última segunda-feira (24), Maduro foi recebido pelo papa Francisco para uma audiência privada e, pouco depois, um diplomata da Santa Sé, monsenhor Emir Paul Tscherrig, anunciou que governo e oposição iniciariam um processo de diálogo em 30 de outubro.
No entanto, a informação foi negada por adversários de Maduro, a começar pelo candidato derrotado à Presidência Henrique Capriles, que acusou o mandatário de "usar a boa fé" do Pontífice para esconder a crise na Venezuela. Anteriormente, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), de oposição, havia pedido formalmente a mediação do Vaticano para encerrar as turbulências no país.
Contudo, se o diálogo realmente acontecer, não será a primeira crise na região que a Igreja ajuda a resolver. Seguindo diretrizes do papa Francisco, a Santa Sé participou ativamente das negociações para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos e para o acordo de paz entre Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em ambos os casos havia uma disposição para conversar que não parece existir entre Maduro e a oposição venezuelana. A situação no país latino é tema recorrente dos pronunciamentos de Jorge Bergoglio, que vem cobrando mais diálogo para resolver a situação na Venezuela. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O anúncio foi feito em Buenos Aires, após uma reunião com o mandatário da Argentina, Mauricio Macri, que afirmou que Caracas não pode continuar fazendo parte do bloco se seguir do mesmo jeito.
A cláusula democrática estabelece que a plena vigência das instituições democráticas é "condição essencial" para a integração dos países do mercado comum e pode levar à suspensão da Venezuela.
A crise no país se agravou no fim da semana passada, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), fiel ao presidente Nicolás Maduro, suspendeu o processo de coleta de assinaturas para um referendo revogatório de seu mandato.
Em seguida, o Congresso, controlado pela oposição, aprovou um texto que acusa o mandatário de promover um "golpe de Estado" junto com os poderes Judiciário e Eleitoral. A piora da situação aumentou a preocupação não apenas no Mercosul e nos países da região, mas também no Vaticano.
Na última segunda-feira (24), Maduro foi recebido pelo papa Francisco para uma audiência privada e, pouco depois, um diplomata da Santa Sé, monsenhor Emir Paul Tscherrig, anunciou que governo e oposição iniciariam um processo de diálogo em 30 de outubro.
No entanto, a informação foi negada por adversários de Maduro, a começar pelo candidato derrotado à Presidência Henrique Capriles, que acusou o mandatário de "usar a boa fé" do Pontífice para esconder a crise na Venezuela. Anteriormente, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), de oposição, havia pedido formalmente a mediação do Vaticano para encerrar as turbulências no país.
Contudo, se o diálogo realmente acontecer, não será a primeira crise na região que a Igreja ajuda a resolver. Seguindo diretrizes do papa Francisco, a Santa Sé participou ativamente das negociações para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos e para o acordo de paz entre Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em ambos os casos havia uma disposição para conversar que não parece existir entre Maduro e a oposição venezuelana. A situação no país latino é tema recorrente dos pronunciamentos de Jorge Bergoglio, que vem cobrando mais diálogo para resolver a situação na Venezuela. (ANSA)
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