Legalização da maconha muda cenário do narcotráfico nos EUA
CIDADE DO MÉXICO, 29 NOV (ANSA) - O tráfico de drogas entre o México e Estados Unidos está tomando a direção inversa após a legalização do uso recreativo da erva ser aprovada mais quatro estados, no referendo do último dia 8 de novembro nos EUA.
Durante a ocasião da eleição presidencial norte-americana, vários referendos foram votados, como a pena de morte, o ajuste do salário mínino e a legalização do uso recreativo da cannabis - que foi aprovada no estado da Califórnia, Massachusetts, Nevada e Maine. Além das quatro aprovações, a medida já existia em outros quatro estados e Washington D.C, ademais a legislação quanto ao uso medicinal da planta já está em vigor em 28 estados. O fato é que as decisões norte-americanas estão direcionando o contrabando da maconha, principalmente no México, que já tem sinais de rumos radicalmente diferentes. "É o que eu chamaria de contrabando inverso, agora a maconha vai dos EUA para o México", afirmou Bernando Ng Solís, presidente da Associação de Psquiatras Latinos do EUA, durante uma conferência sobre "Drogas e Saúde Mental" no México. "É muito fácil conseguir maconha medicinal na Califórnia e há quem a traga para o México agora para consumo e a revenda aqui, depois de ter conseguido a erva legalmente nos EUA", declarou Ng Solís. O México é o maior produtor de maconha do continente americano, e continua sendo uma indústria multimilionária que é dirigida clandestinamente por organizações criminosas. Enquanto isso, para uma boa parte dos EUA e em breve, provavelmente, o Canadá - que em 2017 será votada a proposta de legalização - essa indústria cada vez mais demonstra que cairá nas mãos de empresários privados. Um estudo do Instituto Mexicano para a Competitividade (IMCO) considera que a legalização da maconha para fins recreativos em, ao menos, um quinto dos estados norte-americanos seja um golpe formidável para os narcotraficantes do México. "Perder essa fonte de comércio seria a mudança mais estrutural no narcotráfico desde a chegada massiva da cocaína - entre os anos de 1980 e o começo de 1990", destacou o presidente da Associação. O especialista Alejandro Hope prevê que este processo resultará, no final, com a legalização da droga também no México; porém, é preciso superar numerosos obstáculos para isso, entre eles a opinião pública. Um pesquisa local mostrou que 76% dos mexicanos rechaçam a legalização recreativa da erva, em contradição aos 74% que são a favor do uso terapêutico. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, enviou ao Congresso, em abril do ano passado, uma iniciativa para o uso da planta na medicina e para aumentar a dose mínima permitida (cinco gramas), no caso de porte pessoal, para 28 gramas. A proposta enfrentou dura resistência principalmente pelo último aspecto. A Igreja Católica junto com frentes conservadoras não querem aumentar a quantidade para porte. As mudanças norte-americanas afetam diretamente no narcotráfico mexicano, é o que defende o ex-chanceler Jorge Castañeda que propõe às autoridades federais mexicanas a "fechar os olhos" quanto ao trâmite da maconha.
É "absurdo" continuar "sacrificando vidas e recursos para queimar as plantações" e colocar postos de controle quando que depois de atravessar a fronteira "a maconha é legal", diz ele.
A causa é que uma outra parte da "lei da fronteira", onde "os Estados Unidos tem os consumidores e o México, a droga e os mortos", não vai mudar a menos que esse governo asteca tem faça alguma coisa a este respeito, recorda o jornal "The New York Times". (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Durante a ocasião da eleição presidencial norte-americana, vários referendos foram votados, como a pena de morte, o ajuste do salário mínino e a legalização do uso recreativo da cannabis - que foi aprovada no estado da Califórnia, Massachusetts, Nevada e Maine. Além das quatro aprovações, a medida já existia em outros quatro estados e Washington D.C, ademais a legislação quanto ao uso medicinal da planta já está em vigor em 28 estados. O fato é que as decisões norte-americanas estão direcionando o contrabando da maconha, principalmente no México, que já tem sinais de rumos radicalmente diferentes. "É o que eu chamaria de contrabando inverso, agora a maconha vai dos EUA para o México", afirmou Bernando Ng Solís, presidente da Associação de Psquiatras Latinos do EUA, durante uma conferência sobre "Drogas e Saúde Mental" no México. "É muito fácil conseguir maconha medicinal na Califórnia e há quem a traga para o México agora para consumo e a revenda aqui, depois de ter conseguido a erva legalmente nos EUA", declarou Ng Solís. O México é o maior produtor de maconha do continente americano, e continua sendo uma indústria multimilionária que é dirigida clandestinamente por organizações criminosas. Enquanto isso, para uma boa parte dos EUA e em breve, provavelmente, o Canadá - que em 2017 será votada a proposta de legalização - essa indústria cada vez mais demonstra que cairá nas mãos de empresários privados. Um estudo do Instituto Mexicano para a Competitividade (IMCO) considera que a legalização da maconha para fins recreativos em, ao menos, um quinto dos estados norte-americanos seja um golpe formidável para os narcotraficantes do México. "Perder essa fonte de comércio seria a mudança mais estrutural no narcotráfico desde a chegada massiva da cocaína - entre os anos de 1980 e o começo de 1990", destacou o presidente da Associação. O especialista Alejandro Hope prevê que este processo resultará, no final, com a legalização da droga também no México; porém, é preciso superar numerosos obstáculos para isso, entre eles a opinião pública. Um pesquisa local mostrou que 76% dos mexicanos rechaçam a legalização recreativa da erva, em contradição aos 74% que são a favor do uso terapêutico. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, enviou ao Congresso, em abril do ano passado, uma iniciativa para o uso da planta na medicina e para aumentar a dose mínima permitida (cinco gramas), no caso de porte pessoal, para 28 gramas. A proposta enfrentou dura resistência principalmente pelo último aspecto. A Igreja Católica junto com frentes conservadoras não querem aumentar a quantidade para porte. As mudanças norte-americanas afetam diretamente no narcotráfico mexicano, é o que defende o ex-chanceler Jorge Castañeda que propõe às autoridades federais mexicanas a "fechar os olhos" quanto ao trâmite da maconha.
É "absurdo" continuar "sacrificando vidas e recursos para queimar as plantações" e colocar postos de controle quando que depois de atravessar a fronteira "a maconha é legal", diz ele.
A causa é que uma outra parte da "lei da fronteira", onde "os Estados Unidos tem os consumidores e o México, a droga e os mortos", não vai mudar a menos que esse governo asteca tem faça alguma coisa a este respeito, recorda o jornal "The New York Times". (ANSA)
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