"Foi como uma bomba", diz sobrevivente de avalanche na Itália
Resgatado após passar mais de 60 horas soterrado, o italiano Vincenzo Forti disse neste domingo (22) que a avalanche que destruiu o hotel Rigopiano, no centro do país, foi como uma "bomba".
O sobrevivente foi tirado dos escombros por volta das 7h da manhã do último sábado, ao lado de mais um homem e duas mulheres, sendo uma delas sua namorada, Giorgia Galassi.
Até o momento, 11 pessoas se salvaram, incluindo as duas que não foram atingidas pelo deslizamento porque estavam do lado de fora no momento da tragédia.
"Foi como uma bomba, me vi com as pilastras em cima de mim. Estava sentado no sofá, e os pilares caíram para frente, cortando-o em dois. Nos salvamos por isso", contou Forti ao amigo Luigi Valiante, que fez o relato à imprensa.
Segundo o sobrevivente, ele e Galassi ficaram presos com mais uma pessoa em um espaço de um metro quadrado, abraçados e nutrindo-se apenas com neve derretida. "Eu fiquei sem sapatos, usava uma calça legging que minha namorada tinha me emprestado. Um pouco distante, escutávamos as vozes de outro rapaz e de crianças", afirmou.
De acordo com um médico do Hospital de Pescara, para onde os feridos foram levados, algumas pessoas só conseguiram escapar porque tinham roupas pesadas à disposição e ficaram protegidas pela estrutura parcialmente desabada do hotel.
Neste domingo, o Corpo Florestal da Arma dos Carabineiros informou que a avalanche provocou um impacto equivalente a 4.000 caminhões com carga plena. O deslizamento tinha uma massa de cerca de 50 mil toneladas de neve e atingiu uma velocidade de 100 km/h, avançando por um trajeto de dois quilômetros.
Passados quatro dias do desastre, os bombeiros seguem em busca das 23 pessoas que continuam desaparecidas, mas os trabalhos são realizados em condições extremas devido às baixas temperaturas. Até o momento, o balanço oficial contabiliza cinco mortos.
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