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Dámaso López surge como sucessor de 'El Chapo' no México

25/04/2017 13h23

CIDADE DO MÉXICO, 25 ABR (ANSA) - Dámaso López, conhecido no México como "El Licenciado", está se perfilando com o sucessor do chefe do Cartel de Sinaloa, Joaquín "El Chapo" Guzmán, extraditado para os Estados Unidos no ano passado, dizem especialistas nos grupos criminosos mexicanos.   

López foi uma das peças fundamentais para ajudar em uma das fugas de "El Chapo" de um presídio de alta segurança em 2001. A entrega do "rei do crime" às autoridades do país vizinho, ocorrida no último dia do governo de Barack Obama, desencadeou uma verdadeira "guerra civil" no interior da maior organização do narcotráfico mexicano.   

Ao menos três facções disputam a liderança do cartel desde muito antes da recaptura de Guzmán, em 8 de janeiro de 2016, porque o líder de Sinaloa já enfrentava "problemas" com prisões.   

O principal grupo que lutava pelo poder era formado pelos filhos de "El Chapo", Iván Archivaldo e Alfredo Guzmán, junto com seu tio Aureliano "El Guano" Guzmán Loera. Os dois filhos do narcotraficante escaparam de mais de um atentado e o tio deles foi assassinado no início desse ano.   

O segundo grupo mais poderoso é o comandado por "El Licenciado" e seu filho, que atua em nome da aliança com o Cartel Jalisco Nova Geração - o segundo maior do país.   

Já a terceira organização que tentava o poder era liderada por Alfredo Beltrán, sobrinho de "El Chapo", e filho de um dos líderes do Cartel dos Béltran Leyva, que já foi dissolvido.   

Apesar da separação, o grupo estava tentando ressurgir depois de muitos anos atuando como um grupo independente e aliado a Guzmán.   

A saída do Cartel dos Beltrán Leyva do páreo foi causada pelos assassinatos dos seus chefes Juan Francisco Patrón ("El H2") e Daniel Isaac Silva ("El H9"), em 9 e 11 de fevereiro deste ano, já na busca pelo poder de Sinaloa.   

Com a morte dos dois, López se consolidou como o novo chefe mesmo que não se saiba se esse poder será mantido por muito tempo, segundo especialistas e analistas do Gabinete de Segurança do governo mexicano.   

López era o sub-chefe da segurança do presídio de Puente Grande, no estado de Jalisco, e como tal se aliou a "El Chapo" para ajudá-lo a fugir em janeiro de 2001 em um carro de lavanderia.   

Graças a sua inteligência e também ao carinho que tinha do chefe criminoso, ele conseguiu ascender meteoricamente dentro da organização que se ramifica por mais de 50 países até chegar ao circulo íntimo de "El Chapo". O prestígio era tanto que ele estava no mesmo nível de aliados de Guzmán, como Ismael "El Mayo" Zambada e Juan José Esparragoza "El Azul".   

Fontes da Inteligência do governo mexicano entregaram um vídeo, que foi divulgado pela emissora "Televisa", onde López aparece em uma loja de pescados da Cidade do México. No vídeo, o novo chefe encarrega um hacker de fazer uma campanha em que faça parecer que, por trás da violência em Sinaloa, estão os filhos de "El Chapo".   

De acordo com as fontes do governo, as autoridades fizeram contato com esse hacker e ele aceitou trabalhar para o governo de maneira escondida. O homem, então, instalou um programa no celular de López onde é possível gravar o usuário através da câmera do aparelho.   

Desde fevereiro, o governo começou a divulgar que López é o novo homem-forte do cartel. O novo líder estudou advocacia na Faculdade de Direito da Universidade Autônoma de Sinaloa e exerceu temporariamente a profissão, onde chegou a atuar como fiscal.   

No entanto, o homem de 51 anos se dedicou apenas ao crime organizado desde que ajudou Guzmán a fugir da prisão. Já o governo dos EUA acusa López de traficar drogas no valor de US$ 280 milhões para países como Peru, Colômbia, Panamá e México.   

(ANSA)
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