'Battisti tem diploma em fuga', diz juiz italiano
MILÃO, 06 OUT (ANSA) - O ex-juiz Pietro Forno, o primeiro a se ocupar dos homicídios cometidos pela milícia Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), à qual pertencia Cesare Battisti, disse que o italiano, preso preventivamente no Brasil ao tentar entrar na Bolívia com o equivalente a R$ 23 mil em moeda estrangeira, tem um diploma "honoris causa em fuga".
Hoje aposentado, o ex-magistrado contou, em entrevista à ANSA, que não ficou surpreso com a nova detenção de Battisti, acusado de evasão de divisas pela Polícia Federal. Segundo os investigadores, o italiano tentava fugir para a Bolívia para escapar de uma possível extradição. "Ele escapou ainda antes que lhe pudessem ser contestados os crimes de homicídio, de organização armada e outros que emergiram em 1983, quando um investigado começou a colaborar", disse, lembrando do início dos inquéritos contra o PAC.
Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua em 1987, réu por quatro assassinatos atribuídos à milícia nos anos 1970, além de assaltos e outros delitos menores. No entanto, alegando perseguição política, o italiano não cumpriu um dia sequer da pena e, em seu período de fuga, passou por França e México, até chegar ao Brasil.
Para Forno, Battisti é responsável pelos crimes que lhe foram imputados, mas não o único. Naquela época, vigorava a chamada "Doutrina Mitterrand", por meio da qual o então presidente da França, François Mitterrand, dava proteção a ex-guerrilheiros que abdicassem do terrorismo, prática que beneficiou muitos italianos, incluindo Battisti.
"Sinto um desconforto quando vejo os colegas franceses pedirem, justamente, a máxima colaboração em fatos de terrorismo que lhes dizem respeito, porque naquela época isso não acontecia. Pelo contrário, se dizia que a magistratura e a polícia italiana haviam construído teoremas absolutamente falsos", declarou o ex-juiz.
Além disso, Forno afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao recusar a extradição de Battisti, adotou critérios "exclusivamente políticos". "A suprema corte brasileira tinha estabelecido que ele não era imputado por delitos políticos, mas sim comuns", acrescentou.
Para o ex-magistrado, Battisti era apenas um "delinquente comum", mas acabou "se radicalizando na cadeia", antes de entrar para o PAC. "Agora é preciso ver como prossegue o processo de extradição, e nosso ministério disse estar absolutamente empenhado nisso", concluiu. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Hoje aposentado, o ex-magistrado contou, em entrevista à ANSA, que não ficou surpreso com a nova detenção de Battisti, acusado de evasão de divisas pela Polícia Federal. Segundo os investigadores, o italiano tentava fugir para a Bolívia para escapar de uma possível extradição. "Ele escapou ainda antes que lhe pudessem ser contestados os crimes de homicídio, de organização armada e outros que emergiram em 1983, quando um investigado começou a colaborar", disse, lembrando do início dos inquéritos contra o PAC.
Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua em 1987, réu por quatro assassinatos atribuídos à milícia nos anos 1970, além de assaltos e outros delitos menores. No entanto, alegando perseguição política, o italiano não cumpriu um dia sequer da pena e, em seu período de fuga, passou por França e México, até chegar ao Brasil.
Para Forno, Battisti é responsável pelos crimes que lhe foram imputados, mas não o único. Naquela época, vigorava a chamada "Doutrina Mitterrand", por meio da qual o então presidente da França, François Mitterrand, dava proteção a ex-guerrilheiros que abdicassem do terrorismo, prática que beneficiou muitos italianos, incluindo Battisti.
"Sinto um desconforto quando vejo os colegas franceses pedirem, justamente, a máxima colaboração em fatos de terrorismo que lhes dizem respeito, porque naquela época isso não acontecia. Pelo contrário, se dizia que a magistratura e a polícia italiana haviam construído teoremas absolutamente falsos", declarou o ex-juiz.
Além disso, Forno afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao recusar a extradição de Battisti, adotou critérios "exclusivamente políticos". "A suprema corte brasileira tinha estabelecido que ele não era imputado por delitos políticos, mas sim comuns", acrescentou.
Para o ex-magistrado, Battisti era apenas um "delinquente comum", mas acabou "se radicalizando na cadeia", antes de entrar para o PAC. "Agora é preciso ver como prossegue o processo de extradição, e nosso ministério disse estar absolutamente empenhado nisso", concluiu. (ANSA)
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