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Reta final de campanha na Sicília é marcada por polêmicas

31/10/2017 14h16

PALERMO, 31 OUT (ANSA) - Faltando menos de uma semana para as eleições na Sicília, quarta região mais populosa da Itália, candidatos e seus aliados acirraram as trocas de acusações e ofensas em busca do voto dos últimos indecisos.   

Angelo Parisi, integrante da equipe de Giancarlo Cancelleri, postulante a governador pelo antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), já deu o tom de como seria o dia ao escrever um tuíte ameaçando "queimar vivo" o deputado Ettore Rosato, autor do projeto de reforma eleitoral aprovado pelo Parlamento neste mês e integrante do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.   

"Rosato, façamos um pacto. Se essa lei for cassada pela Corte Constitucional, nós te queimaremos vivo", afirmou Parisi, em referência ao recurso apresentado pelo M5S na Justiça para revogar a lei eleitoral promovida pelo governo de Paolo Gentiloni.   

A declaração ganhou destaque por ter sido feita por alguém que integrará o secretariado de Cancelleri, vice-líder nas pesquisas, caso ele vença as eleições. "Não sou alguém que se impressiona, nem quando leio rios de ódio contra nós nas redes sociais. Mas a frase 'Ettore Rosato, te queimaremos vivo' me faz mal. Por minha família e meus filhos, naturalmente. E porque não foi escrita por um qualquer", rebateu Rosato no Facebook.   

Pouco depois, o próprio Parisi reconheceu o excesso e pediu desculpas pela declaração. "Aquela linguagem e aquele tom não me pertencem e lamento ter passado dos limites por um momento", disse, antes de criticar a "instrumentalização" de seu "erro". O próprio Cancelleri minimizou a polêmica e afirmou que Parisi é uma pessoa com "competência e currículo" para ocupar o cargo de secretário de Energia da Sicília.   

De munição a alvo - Também nesta terça, o candidato da extrema esquerda ao governo siciliano, Claudio Fava, criticou um postulante a conselheiro regional do M5S, Giacomo Li Destri, por ele ser primo de primeiro grau de um homem acusado de pertencer à máfia Cosa Nostra.   

"Já que a máquina de lama está ativada, uma coisa deve estar clara: não tenho mais relações com meu primo há quase 30 anos por motivos familiares", disse Li Destri, que prometeu processar Fava na Justiça.   

Atualmente, a Sicília é governada por Rosario Crocetta, do PD, mas as pesquisas são lideradas pelo ultraconservador Sebastiano Musumeci (35,5%) e por Cancelleri (33,2%). O candidato do Partido Democrático, Fabrizio Micari, aparece na terceira posição, com 15,7%, à frente de Fava, que tem 13,8%.   

A votação será no próximo domingo (5) e servirá de termômetro para as eleições legislativas previstas para março de 2018.   

(ANSA)
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