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Eleições/Walter Petruzziello, candidato à Câmara da Itália(2)

21/02/2018 14h40

SÃO PAULO, 15 FEV (ANSA) - A comunidade de ítalo-descendentes no Brasil reclama bastante das filas para reconhecimento de cidadania nos consulados. O que o senhor propõe para melhorar essa situação? Eu sou o presidente do Comites, do Comitato degli Italiani all'Estero, já fui presidente anteriormente, fui do Cgie, hoje eu sou novamente presidente no Paraná e Santa Catarina. Eu tenho proposto aos cônsules-gerais nas reuniões em Brasília, mas principalmente ao cônsul da minha circunscrição, que nós temos que acabar com essa fila. Essa fila é imoral, e não tem nenhuma discussão sobre isso. Ela foi criada para esconder o fato de que aquele prazo legal não está sendo cumprido. Eu teria várias propostas para acabar com essa fila. Claro que eu não tenho tempo aqui para explicar todas, mas a primeira delas é convocar todo mundo, independentemente do número que está na fila.   

O senhor é a favor da imposição de um limite de geração à concessão de cidadania jus sanguinis, como propôs um senador italiano no fim do ano passado? Posso até analisar esse fator sob esse prisma da pergunta. Só que se nós vamos limitar essa transmissão geracional, nós temos que preservar os direitos de todos aqueles que são nascidos até a entrada em vigor da lei. Eu até brinquei uma vez, em Roma, durante uma reunião do Cgie, que se fizéssemos uma lei dessa teríamos que dar um ano de prazo para entrar em vigor, até para proteger quem estava na barriga de uma mãe e que ainda seria italiano, e não tirar o direito de ninguém. Se fosse nesse caso, podemos pensar, mas eu não sou favorável a nenhum corte geracional.   

Um dos projetos que ficaram pendentes na última legislatura italiana foi o do jus soli. Se eleito, o senhor defenderá a aprovação dessa lei? Já me manifestei nesse sentido. Também digo que podemos fazer um sistema misto. Não tolher, não tirar o direito de ninguém, não tirar o jus sanguinis. Porém, se querem aplicar o jus soli, nós vamos aplicar o jus soli para aqueles que são nascidos no território italiano, de pai ou mãe, ou de pais, legalmente residentes no território italiano pelo menos um ano, para que ninguém na barriga da mãe, para que nenhuma mãe ou pai fujam e entrem na Itália clandestinamente, para que tenham seu filho lá e ele se torne italiano.   

Nos últimos anos, a Itália foi destino de um dos maiores deslocamentos em massa desde a Segunda Guerra Mundial. Qual, na visão do senhor, deve ser a postura do governo para lidar com a crise migratória e de refugiados no Mediterrâneo? Sem dúvida esse é um tema muito complexo, não é fácil de resolver, porque a Itália, infelizmente, é a porta para tudo isso. Temos a maior fronteira marítima de todos os países da União Europeia, então é difícil resolver isso, assim, muito calmamente. Dá para a gente pensar, mas aqui o tempo não me permitiria analisar sob todo esse prisma. Agora, uma coisa é certa: o governo não pode ajudar ou resolver esses problemas e esquecer das famílias italianas que estão fora da Itália. Então temos que analisar isso aqui sob o prisma dos dois aspectos conjuntos.   

Quem é o candidato ou candidata do senhor a primeiro-ministro nas eleições de março? Sinceramente, para não ser incoerente, eu não teria um nome hoje, porque todos os nomes apresentados ainda não me convenceram que podem fazer um bom trabalho. Nós vamos cair praticamente na repetição, porque quem que nós vamos apoiar? Renzi? Já foi primeiro-ministro. Gentiloni? Já foi primeiro-ministro. Berlusconi? Já foi primeiro-ministro. Então vamos ter que analisar qual é o programa de governo, quem é a maioria que vai ter essa prerrogativa, para que a gente possa acompanhar. Agora, sinceramente, vamos apoiar aquele que se preocupar com os italianos no exterior. (ANSA)
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