Itália, Áustria e Alemanha formam eixo contra migração
INNSBRUCK, 12 JUL (ANSA) - A cúpula informal de ministros do Interior da União Europeia, realizada nesta quinta-feira (12), na cidade austríaca de Innsbruck, terminou sem resultados concretos, mas com um incipiente "eixo" entre Itália, Áustria e Alemanha - ou ao menos parte dela - para frear os fluxos migratórios no Mediterrâneo.
Ainda antes da cúpula, os ministros do Interior dos três países, Matteo Salvini, Herbert Kickl e Horst Seehofer, o líder bávaro que quase derrubou a chanceler Angela Merkel, se reuniram e lançaram um "eixo dos disponíveis" para impedir que deslocados externos partam da África para a Europa.
O objetivo é fazer com que cheguem à União Europeia apenas aqueles que "fogem de guerras", embora a convenção das Nações Unidas sobre Refugiados, da qual os três países são signatários, preveja proteção internacional para todos aqueles que escapam de perseguições, independentemente da existência ou não de um conflito armado.
"Estamos próximos de um acordo sobre coisas muito importantes e que dizem respeito ao futuro da Europa, evitando que migrantes possam chegar facilmente à Europa, a não ser os verdadeiramente vulneráveis", anunciou Kickl, já marcando uma nova reunião trilateral, para 19 de julho, desta vez em Viena.
"Será uma satisfação se as propostas italianas se tornarem europeias, com uma redução das partidas, dos desembarques, dos mortos e dos custos", disse Salvini, líder da ultradireita na Itália. Já Kickl pertence ao Partido pela Liberdade da Áustria (FPO), também de extrema direita, enquanto Seehofer é da União Social-Cristã (CSU), tradicional aliada da União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, na Baviera, mas que vem se descolando da chanceler na questão migratória.
Para os três, é preciso resolver o problema do Mediterrâneo antes de lidar com os "movimentos secundários" de solicitantes de refúgio dentro do UE - Alemanha e Áustria ameaçam fechar suas fronteiras para deslocados externos já registrados na Itália, que se nega a readmitir as pessoas que "fugiram" para os dois países.
Roma também cobra da UE o compartilhamento dos custos relativos aos deslocados que desembarcam no país, ajudas à Líbia, a revisão das missões europeias no Mediterrâneo, evitando que todos os resgatados acabem em portos italianos, intervenções contra atividades de ONGs e a aceleração nas repatriações.
No entanto, o tom apocalíptico dado à crise migratória por Itália, Áustria e Alemanha foi criticado pelo comissário europeu para Migrações, Dimitris Avramopoulos, que disse, após a cúpula de Innsbruck, que o bloco não passa mais por uma "emergência".
"Em 2015, houve 1,8 milhão de chegadas na Europa; em 2017, 200 mil, número que está caindo ainda mais neste ano", disse.
Números - Atualmente, o Estado-membro da UE que mais acolhe refugiados e solicitantes de refúgio em relação a sua população é a Suécia, com 292.608 (2,92% de seu total de habitantes). Em seguida aparecem Malta, com 9.378 (2,03%); Áustria, com 171.567 (1,95%); Chipre, com 15.063 (1,69%); e Alemanha, com 1.399.669 (1,69%).
A Itália é o 11º, com 353.983 (0,58%), atrás de Grécia, com 83.220 (0,77%); Dinamarca, com 39.937 (0,69%); Holanda, com 109.678 (0,64%), Luxemburgo, com 3.541 (0,59%); e França, com 400.304 (0,59%).
Já os que menos acolhem são Portugal, com 1.668 (0,01%); Eslováquia, com 949 (0,01%); Croácia, com 919 (0,02%); Romênia, com 5.464 (0,02%); e Estônia, com 455 (0,03%). Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e do Banco Mundial. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Ainda antes da cúpula, os ministros do Interior dos três países, Matteo Salvini, Herbert Kickl e Horst Seehofer, o líder bávaro que quase derrubou a chanceler Angela Merkel, se reuniram e lançaram um "eixo dos disponíveis" para impedir que deslocados externos partam da África para a Europa.
O objetivo é fazer com que cheguem à União Europeia apenas aqueles que "fogem de guerras", embora a convenção das Nações Unidas sobre Refugiados, da qual os três países são signatários, preveja proteção internacional para todos aqueles que escapam de perseguições, independentemente da existência ou não de um conflito armado.
"Estamos próximos de um acordo sobre coisas muito importantes e que dizem respeito ao futuro da Europa, evitando que migrantes possam chegar facilmente à Europa, a não ser os verdadeiramente vulneráveis", anunciou Kickl, já marcando uma nova reunião trilateral, para 19 de julho, desta vez em Viena.
"Será uma satisfação se as propostas italianas se tornarem europeias, com uma redução das partidas, dos desembarques, dos mortos e dos custos", disse Salvini, líder da ultradireita na Itália. Já Kickl pertence ao Partido pela Liberdade da Áustria (FPO), também de extrema direita, enquanto Seehofer é da União Social-Cristã (CSU), tradicional aliada da União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, na Baviera, mas que vem se descolando da chanceler na questão migratória.
Para os três, é preciso resolver o problema do Mediterrâneo antes de lidar com os "movimentos secundários" de solicitantes de refúgio dentro do UE - Alemanha e Áustria ameaçam fechar suas fronteiras para deslocados externos já registrados na Itália, que se nega a readmitir as pessoas que "fugiram" para os dois países.
Roma também cobra da UE o compartilhamento dos custos relativos aos deslocados que desembarcam no país, ajudas à Líbia, a revisão das missões europeias no Mediterrâneo, evitando que todos os resgatados acabem em portos italianos, intervenções contra atividades de ONGs e a aceleração nas repatriações.
No entanto, o tom apocalíptico dado à crise migratória por Itália, Áustria e Alemanha foi criticado pelo comissário europeu para Migrações, Dimitris Avramopoulos, que disse, após a cúpula de Innsbruck, que o bloco não passa mais por uma "emergência".
"Em 2015, houve 1,8 milhão de chegadas na Europa; em 2017, 200 mil, número que está caindo ainda mais neste ano", disse.
Números - Atualmente, o Estado-membro da UE que mais acolhe refugiados e solicitantes de refúgio em relação a sua população é a Suécia, com 292.608 (2,92% de seu total de habitantes). Em seguida aparecem Malta, com 9.378 (2,03%); Áustria, com 171.567 (1,95%); Chipre, com 15.063 (1,69%); e Alemanha, com 1.399.669 (1,69%).
A Itália é o 11º, com 353.983 (0,58%), atrás de Grécia, com 83.220 (0,77%); Dinamarca, com 39.937 (0,69%); Holanda, com 109.678 (0,64%), Luxemburgo, com 3.541 (0,59%); e França, com 400.304 (0,59%).
Já os que menos acolhem são Portugal, com 1.668 (0,01%); Eslováquia, com 949 (0,01%); Croácia, com 919 (0,02%); Romênia, com 5.464 (0,02%); e Estônia, com 455 (0,03%). Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e do Banco Mundial. (ANSA)
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