MP de Milão investiga suposto pagamento de Berlusconi a Ruby
MILÃO, 30 JAN (ANSA) - O Ministério Público de Milão abriu uma investigação para apurar a denúncia de que o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi teria pagado 5 milhões de euros à ítalo-marroquina Karima el Mahroug, mais conhecida como "Ruby", por meio de bancos no México e em Antígua e Barbuda.
A acusação foi feita por Egidio Verzini, ex-advogado de Ruby e que realizou um procedimento de suicídio assistido em 5 de dezembro de 2018, na Suíça, um dia depois da revelação. O inquérito foi aberto no âmbito do caso "Ruby ter", que investiga Berlusconi por suspeita de corrupção de testemunhas.
Verzini revelou que Ruby recebera um pagamento de 5 milhões de euros por meio do Antigua Commercial Bank, de Antígua e Barbuda, em uma conta em Playa del Carmen, no México, mas cujo banco ele desconhecia.
O dinheiro teria sido dividido em duas partes: 2 milhões de euros para Luca Risso, ex-companheiro da ítalo-marroquina e que teria adquirido um restaurante, uma mansão e um terreno; e 3 milhões de euros para uma conta em Dubai supostamente em benefício direto de Ruby.
A operação, segundo Verzini, foi realizada pelo advogado de Berlusconi, Niccolò Ghedini. Além disso, ele afirmou que o ex-primeiro-ministro sabia que a garota era menor de idade, motivo pelo qual teria lhe dado o dinheiro.
"Depois de uma longa e atenta avaliação, acredito ser meu dever ético e moral tornar público o que realmente aconteceu no caso Ruby, por isso decidi renunciar à obrigação de segredo profissional, assumindo qualquer responsabilidade", disse o advogado na ocasião.
Verzini defendeu a ítalo-marroquina entre junho e julho de 2011, no processo em que Berlusconi foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder, mas abandonou a função alegando "falta de confiança" na relação com sua cliente.
Um dia depois de ter feito a nova denúncia, Verzini, que estava doente havia tempos, se dirigiu a uma clínica de Zurique e faleceu em um procedimento de suicídio assistido, ordenando que sua morte só fosse anunciada depois de 30 dias.
Escândalo - Quando tinha 17 anos, Ruby participou de festas na mansão de Berlusconi, apelidadas pela imprensa local de "bunga-bunga", o que levou o ex-primeiro-ministro ao banco dos réus por prostituição de menores e abuso de poder.
O líder conservador chegou a ser condenado em segundo grau, mas acabou absolvido pela Suprema Corte, que disse não ter encontrado provas de que ele soubesse da idade da ítalo-marroquina. Atualmente, Berlusconi é réu em três processos por manipulação de testemunhas, foi denunciado em outro e é investigado em mais quatro inquéritos pelo mesmo crime.
Os investigadores acreditam que o ex-primeiro-ministro tenha gastado mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para corromper frequentadores de suas mansões, incluindo ex-garotas de programa. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A acusação foi feita por Egidio Verzini, ex-advogado de Ruby e que realizou um procedimento de suicídio assistido em 5 de dezembro de 2018, na Suíça, um dia depois da revelação. O inquérito foi aberto no âmbito do caso "Ruby ter", que investiga Berlusconi por suspeita de corrupção de testemunhas.
Verzini revelou que Ruby recebera um pagamento de 5 milhões de euros por meio do Antigua Commercial Bank, de Antígua e Barbuda, em uma conta em Playa del Carmen, no México, mas cujo banco ele desconhecia.
O dinheiro teria sido dividido em duas partes: 2 milhões de euros para Luca Risso, ex-companheiro da ítalo-marroquina e que teria adquirido um restaurante, uma mansão e um terreno; e 3 milhões de euros para uma conta em Dubai supostamente em benefício direto de Ruby.
A operação, segundo Verzini, foi realizada pelo advogado de Berlusconi, Niccolò Ghedini. Além disso, ele afirmou que o ex-primeiro-ministro sabia que a garota era menor de idade, motivo pelo qual teria lhe dado o dinheiro.
"Depois de uma longa e atenta avaliação, acredito ser meu dever ético e moral tornar público o que realmente aconteceu no caso Ruby, por isso decidi renunciar à obrigação de segredo profissional, assumindo qualquer responsabilidade", disse o advogado na ocasião.
Verzini defendeu a ítalo-marroquina entre junho e julho de 2011, no processo em que Berlusconi foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder, mas abandonou a função alegando "falta de confiança" na relação com sua cliente.
Um dia depois de ter feito a nova denúncia, Verzini, que estava doente havia tempos, se dirigiu a uma clínica de Zurique e faleceu em um procedimento de suicídio assistido, ordenando que sua morte só fosse anunciada depois de 30 dias.
Escândalo - Quando tinha 17 anos, Ruby participou de festas na mansão de Berlusconi, apelidadas pela imprensa local de "bunga-bunga", o que levou o ex-primeiro-ministro ao banco dos réus por prostituição de menores e abuso de poder.
O líder conservador chegou a ser condenado em segundo grau, mas acabou absolvido pela Suprema Corte, que disse não ter encontrado provas de que ele soubesse da idade da ítalo-marroquina. Atualmente, Berlusconi é réu em três processos por manipulação de testemunhas, foi denunciado em outro e é investigado em mais quatro inquéritos pelo mesmo crime.
Os investigadores acreditam que o ex-primeiro-ministro tenha gastado mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para corromper frequentadores de suas mansões, incluindo ex-garotas de programa. (ANSA)
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