Parentes de vítimas de Battisti temem redução de pena
Parentes das vítimas de Cesare Battisti desconfiam que sua surpreendente confissão seja apenas um artifício para conseguir uma redução de pena.
Condenado à prisão perpétua, ele tenta comutar sua sentença para 30 anos de reclusão, pena máxima prevista pela legislação do Brasil, país que havia ordenado sua extradição para a Itália.
Em interrogatório na penitenciária de Oristano, Battisti admitiu seu envolvimento nos quatro assassinatos pelos quais foi condenado e ainda pediu desculpas às famílias das vítimas.
"As desculpas agora me parecem fora de lugar. Acredito que seu o advogado está aconselhando-o para obter reduções de pena. Não são desculpas verdadeiras, na minha opinião, a única coisa que ele quer é obter aquela redução que tantos terroristas conseguiram", disse Maurizio Campagna, irmão do policial Andrea Campagna, a quarta vítima de Battisti, em entrevista à emissora Sky.
Segundo Maurizio, o pedido de desculpas devia ter sido feito "muito antes". Já Adriano Sabbadin, filho do açougueiro Lino Sabbadin, também assassinado pelo grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), afirmou que a confissão é um "passo à frente", mas mostrou receio de que o objetivo de Battisti seja garantir uma "indulgência dos juízes".
"É justo que ele desconte sua pena por inteiro", acrescentou. De acordo com o procurador Alberto Nobili, que investiga supostas "coberturas" a Battisti durante seu período foragido, ele afirmou "não querer nada em troca" de sua confissão, posição confirmada pelo advogado de defesa Davide Steccanella.
"A esperança é de restituir a imagem correta de meu cliente, que não é aquele monstro que tentam pintar, mas uma pessoa que não comete delitos há 40 anos e que quis revisitar sua vida e reconstruir um período", declarou o advogado.
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