Macron e Xi assinarão "irreversibilidade" do Acordo de Paris
Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da China, Xi Jinping, assinarão nesta quarta-feira (6), em Pequim, um documento conjunto que prega a "irreversibilidade" do Acordo de Paris.
A medida chega logo depois de o governo dos Estados Unidos ter notificado oficialmente sua retirada do tratado climático. O processo de saída dos EUA só poderia começar três anos exatos após a entrada em vigor do acordo, que foi firmado em dezembro de 2015, mas passou a valer em 4 de novembro de 2016.
Além disso, a retirada americana só terá efeito em 4 de novembro de 2020, um dia depois da eleição presidencial. Com a saída dos Estados Unidos, Macron aposta no aumento da cooperação entre a Europa e a China para garantir a sobrevivência do Acordo de Paris.
"Se queremos respeitar o Acordo de Paris, devemos melhorar nossos compromissos sobre as reduções das emissões e confirmar novas metas para 2030 e 2050", disse o presidente francês, que participou de um fórum econômico em Xangai, nesta terça-feira (5). "A cooperação entre União Europeia e China será decisiva", acrescentou.
A porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, afirmou que lamenta a retirada dos EUA, mas garantiu que isso não muda "nada" no tratado climático. "O compromisso tem fundamentos fortes e permanecerá. Suas portas ficarão abertas, e esperamos que os Estados Unidos a atravessem de novo", ressaltou.
Por sua vez, o porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, disse que a saída de Washington compromete o acordo "substancialmente". "É muito difícil falar de um pacto sobre o clima sem a maior economia do mundo", salientou.
O tratado obriga os países a manterem o aumento da temperatura média do planeta "bem abaixo" de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e a prosseguir os esforços para limitar esse crescimento a 1,5ºC.
As metas individuais foram definidas por cada país. O Brasil, por exemplo, prometeu eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
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