Topo

Esse conteúdo é antigo

Senador lança partido 'Italexit' para tirar Itália da União Europeia

Cédulas de dólar e euro - AP
Cédulas de dólar e euro Imagem: AP

23/07/2020 09h05

Enquanto o governo da Itália comemora a aprovação de um histórico fundo de recuperação pela União Europeia, o país ganhou nesta semana um novo partido cujo objetivo é tirá-lo do bloco, seguindo os passos do Reino Unido.

A legenda se chama Italexit e foi fundada pelo senador Gianluigi Paragone, dissidente do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), principal força de sustentação ao primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

O manifesto do partido diz que sua meta é "liberar" a Itália das "prisões da União Europeia e da moeda única".

"Os italianos merecem uma Itália forte, livre e independente, que recupere a própria soberania e seja novamente capaz de se autodeterminar", diz o texto, que também critica o "neoliberalismo" e a "globalização desenfreada".

Jornalista de carreira, Paragone foi eleito senador pelo M5S em março de 2018, mas acabou expulso pelo partido em 1º de janeiro de 2020, após ter votado contra o projeto de Lei Orçamentária do governo para este ano.

Paragone foi um dos maiores defensores da aliança entre o movimento antissistema e a Liga, partido de extrema-direita liderado por Matteo Salvini. A coalizão governou a Itália entre junho de 2018 e setembro de 2019, mas foi rompida pela Liga em uma tentativa de forçar eleições antecipadas e capitalizar a popularidade de seu líder.

Para evitar uma ida às urnas, o M5S se juntou a seu inimigo histórico, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, dando um segundo governo a Giuseppe Conte. Paragone apresentou seu novo movimento político dois dias após uma reunião com o líder do partido do Brexit, Nigel Farage, líder da campanha para tirar o Reino Unido da UE.

O Italexit surge na mesma semana em que o governo italiano comemora a aprovação de um fundo de 750 bilhões de euros pela União Europeia, do qual o país será o maior beneficiário, com quase 209 bilhões de euros.

O instrumento será financiado pela emissão de dívida pela UE e prevê o recolhimento de impostos em âmbito europeu, dois fatos inéditos na história do bloco e que podem fazer avançar o processo de integração.