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UE convoca reunião sobre Belarus e prevê sanções contra Lukashenko

O presidente Alexander Lukashenko foi reeleito em 8 de agosto; Líder está há 26 anos no podere afirmou que não terá novas eleições - Getty Images
O presidente Alexander Lukashenko foi reeleito em 8 de agosto; Líder está há 26 anos no podere afirmou que não terá novas eleições Imagem: Getty Images

Da ANSA, em Roma

17/08/2020 07h43Atualizada em 17/08/2020 11h37

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou uma reunião extraordinária na próxima quarta-feira (19) para discutir a crise política que atinge Belarus.

"Vou convocar uma reunião dos membros do Conselho Europeu para esta quarta-feira às 12h00 para discutir a situação em Belarus. O povo de Belarus tem o direito de decidir seu futuro e livremente eleger seu líder. Violência contra os manifestantes é inaceitável e não pode ser permitida", escreveu o presidente do conselho ao anunciar a reunião.

O encontro deve debater sanções contra o governo de Aleksandr Lukashenko tanto devido à repressão contra os protestos diários desde a sua polêmica reeleição, em 8 de agosto, como pelas denúncias de fraude eleitoral.

A própria UE (União Europeia) já havia manifestado, um dia após o pleito, que as eleições no país não foram "nem livres, nem justas".

Na última semana, conforme fontes diplomáticas de Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores dos 27 países-membros concordaram com um plano de sanções contra políticos e pessoas que, de alguma forma, foram responsáveis pela violência contra os cidadãos.

A Alemanha é uma das nações que, de maneira independente, já anunciou punições contra lideranças do governo de Belarus.

Segundo o porta-voz do governo de Angela Merkel, Steffan Seibert, está sendo avaliada a extensão das sanções "para outras figuras" do país.

Os alemães voltaram a pedir que Lukashenko permita que uma comissão da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) verifique os resultados eleitorais porque o pleito "não respeitou o padrão mínimo de democracia".

Com exceção de Rússia e China, as maiores potências internacionais condenaram o processo eleitoral que culminou na sexta reeleição de Lukashenko, que está no poder desde 1994.

Assim como ocorreu nos demais, o governo não permitiu que observadores internacionais acompanhassem o processo eleitoral no país.

No poder

Lukashenko voltou a afirmar hoje que não convocará novas eleições e que há uma intenção de países internacionais de se "infiltrarem". A fala ocorreu durante uma visita dele em uma fábrica de tratores de Minsk.

Os comitês sindicais já estão notificando o governo das paralisações até que haja a convocação de novas eleições e cessem as prisões de pessoas que estão manifestando pacificamente no país.

Um dos sinais de mudança do governo, segundo a agência de notícias russa Interfax, é que foram libertados quase todos os cerca de sete mil manifestantes presos desde o dia 8.

"O Escritório do procurador-geral, em colaboração com o Ministério do Interior, trabalhou para a soltura dos cidadãos detidos por violações administrativas em relação à participação em eventos de massa não autorizados. Praticamente, todas as pessoas presas foram liberadas", disse uma fonte da Procuradoria à agência russa.

Os bastidores do voto

Além da Comissão Central impedir a candidatura de diversos políticos da oposição, a entidade anunciou que o "último ditador da Europa" foi reeleito com mais de 80% dos votos.

A opositora que reuniu as atenções, Svetlana Tikhanovskaya, teve cerca de 10% dos votos dos cidadãos, mas fugiu para a Lituânia após a disputa por temer pela segurança de sua família.

Ela disputou a eleição no lugar do marido, Sergey Tikhanovskiy, que está preso desde maio.