Itália: Lombardia vive situação 'dramática' por covid-19, diz governador
Após a primeira noite de toque de recolher na Lombardia, região mais populosa da Itália e epicentro da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2 no país, o governador Attilio Fontana alertou que a situação é "dramática".
A Lombardia registrou 4.125 casos ontem, recorde desde o início da crise sanitária, e decidiu reabrir hospitais de campanha em Milão e Bergamo para ampliar o número de leitos de UTI disponíveis. As cirurgias programadas também foram reduzidas para aumentar a capacidade hospitalar contra a covid-19.
"Peço aos cidadãos disponibilidade a respeitar certas limitações da própria liberdade e da própria vida que não agradam a ninguém e que não são justas, mas, em uma situação dramática, devemos infelizmente aceitar regras que não são justas. Peço isso com o coração na mão", disse Fontana, do partido de extrema direita Liga, liderado pelo senador Matteo Salvini.
"Fiquem em casa o máximo possível e evitem contatos", pediu o governador da Lombardia, região que já soma 138.729 casos e 17.152 óbitos na pandemia, enquanto a Itália inteira tem 465.726 contágios e 36.968 mortes.
O toque de recolher nas cidades lombardas entrou em vigor na última quinta-feira, com proibição de deslocamentos que não sejam urgentes ou por comprovados motivos de trabalho entre 23h e 5h do dia seguinte.
As regiões do Lazio e da Campânia, segunda e terceira mais populosas da Itália, também decretaram toque de recolher noturno, e outras estão prontas para seguir os mesmos passos nos próximos dias - o governo do premiê Giuseppe Conte descarta um novo lockdown nacional e deu autonomia para prefeitos e governadores adotarem medidas mais restritivas.
Em Milão, "capital financeira" da Itália, a primeira noite de toque de recolher remeteu aos tempos de quarentena, com ruas vazias e silêncio em uma cidade de vida noturna agitada e movimentação incessante.
A metrópole é o principal vetor de disseminação do vírus na Lombardia, e já se debate a hipótese de transformá-la em uma "zona vermelha", isolando-a do restante do país.
"Se a tendência não for invertida nos próximos 15 ou 20 dias, é muito provável que sejam necessárias intervenções muito mais drásticas", alertou Massimo Galli, diretor de doenças infecciosas do Hospital Sacco, um dos mais renomados de Milão.
A Secretaria de Bem-Estar Social da Lombardia também afirmou que "não exclui" a hipótese de instituir uma "zona vermelha" em sua capital. "Milão deve ser acompanhada com atenção muito grande, então não podemos descartar nenhuma medida", disse um dirigente da pasta, Marco Trivelli.
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