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'Rei da cocaína', mafioso Rocco Morabito é preso no Brasil

Rocco Morabito é procurado desde 1994 e estava incluído na lista do Ministério do Interior dos 10 fugitivos mais perigosos da Itália - 04.set.2017 - Divulgação
Rocco Morabito é procurado desde 1994 e estava incluído na lista do Ministério do Interior dos 10 fugitivos mais perigosos da Itália Imagem: 04.set.2017 - Divulgação

24/05/2021 19h08

ROMA, 25 MAI (ANSA) - O italiano Rocco Morabito, um dos principais líderes da máfia calabresa 'Ndrangheta, foi detido nesta segunda-feira (24) na cidade brasileira de João Pessoa, na Paraíba.

A prisão ocorreu durante uma operação conjunta entre o Grupo de Operações Especiais (ROS) da Arma dos Carabineiros da Itália e o Serviço de Cooperação Policial Internacional, com a colaboração da Administração de Fiscalização de Drogas (DEA), do FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Morabito, conhecido mundialmente como "o rei da cocaína", é procurado desde 1994 e estava incluído na lista do Ministério do Interior dos 10 fugitivos mais perigosos da Itália.

Nascido em 1966, o italiano é acusado de associação mafiosa, tráfico de drogas e outros crimes graves. A polícia, inclusive, tem gravações de telefonemas em que ele negociou a compra de quase uma tonelada de cocaína da América do Sul, numa transação de cerca de 8 milhões de euros.

No período em que esteve foragido, o criminoso passou alguns anos no Brasil, onde conseguiu um passaporte falsificado, e depois seguiu para o Uruguai.

Durante pelo menos 15 anos, o mafioso viveu na cidade litorânea de Punta del Este, onde, entre 2002 e 2017, utilizou outra identidade: "Francisco Antonio Capeletto Souza", um empresário brasileiro que vivia da compra e venda de soja.

No entanto, segundo as autoridades uruguaias, no início de 2017, ele foi matricular sua filha em um colégio e cometeu um erro ao preencher o formulário com seu sobrenome italiano. Com isso, a polícia descobriu seu paradeiro.

Em setembro do mesmo ano, o criminoso foi detido em um hotel em Montevidéu. Ele chegou a ficar preso por dois anos no Presídio Central da cidade, onde aguardava uma decisão sobre o pedido de extradição feito pelo governo italiano, mas fugiu em 2019 com mais três comparsas.

Desde então, o paradeiro de Morabito era desconhecido, embora os investigadores suspeitassem que ele pudesse estar no Brasil.

Além de Morabito, Vincenzo Pasquino, um fugitivo originário de Turim e incluído na lista de fugitivos perigosos, também foi preso.

Os carabineiros de Locri e os do comando provincial de Turim colaboraram na investigação que levou à prisão dos dois mafiosos.