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Mais 160 covas são encontradas em ex-escola indígena no Canadá

Imagem da escola indígena Kamloops Indian Residential School, na Colúmbia Britânica, no Canadá, fechada em 1978 - Library and Archives Canada/Reuters
Imagem da escola indígena Kamloops Indian Residential School, na Colúmbia Britânica, no Canadá, fechada em 1978 Imagem: Library and Archives Canada/Reuters

14/07/2021 15h23

Um grupo indígena do Canadá anunciou nesta terça-feira (13) a descoberta de mais 160 túmulos não identificados em um terreno de um antigo internato na província de Colúmbia Britânica.

A nova descoberta eleva para 1.275 o total de sepulturas localizadas nos últimos meses em residências católicas para crianças canadenses indígenas.

Em comunicado, a tribo Penelakut informou que os túmulos foram encontrados na área da antiga residência escolar da Ilha Kuper, conhecida como Alcatraz do Canadá, que era administrada entre 1890 e 1975 pela Igreja Católica.

De acordo com alguns sobreviventes, algumas crianças morreram depois de tentar fugir da escola pelo mar para escapar de abusos.

"Estamos em mais um momento em que devemos enfrentar o trauma causado por esses atos de genocídio", ressaltou a chefe da comunidade Penelakut, Joan Brown, em nota.

Em pouco mais de um mês, foram descobertos mais de mil túmulos perto de internatos para indígenas, graças ao uso de radares que fazem varredura do solo e de várias investigações abertas em todo o país.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu "ações concretas" e disse que trabalhará com os indígenas para combater a discriminação e o racismo sistêmico, mas não detalhou quaisquer iniciativas. Além disso, ele lamentou a nova descoberta dos túmulos anônimos.

"Parte o meu coração. Não podemos trazer os mortos de volta, mas podemos seguir dizendo a verdade, da mesma forma que seguiremos trabalhando com os povos indígenas para lutar contra a discriminação e o racismo sistêmico com ações reais e concretas", declarou o premiê canadense.

Do século 19 até a década de 1970, pelo menos 150 mil crianças indígenas foram forçadas a frequentar as chamadas "escolas residenciais indígenas", uma rede financiada pelo governo canadense e administrada pela Igreja Católica, em uma campanha para assimilá-las à cultura dominante. A última escola fechou na década de 1990.

O Vaticano nunca se desculpou pelo tratamento dispensado a crianças indígenas. No entanto, no início deste mês, o papa Francisco anunciou que receberá em dezembro uma delegação de povos indígenas do Canadá. (ANSA)