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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Não há vitórias na guerra, todos perdem', diz papa Francisco

O líder católico destacou que é preciso orar para que "os governantes entendam que comprar armas e fazer armas não é a solução" - Guglielmo Mangiapane/Reuters
O líder católico destacou que é preciso orar para que "os governantes entendam que comprar armas e fazer armas não é a solução" Imagem: Guglielmo Mangiapane/Reuters

23/03/2022 08h59

O papa Francisco voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia durante a audiência geral de hojee ressaltou que os conflitos bélicos nunca trazem vencedores porque todos perdem.

"Com a guerra, tudo se perde, tudo, não há vitórias em uma guerra. Todo mundo é derrotado. Que o Senhor envie o seu Espírito para que faça entender que a guerra é uma derrota para a humanidade e nos libere dessa necessidade de autodestruição", disse aos fiéis.

"As notícias das pessoas deslocadas, das pessoas que fogem, das pessoas mortas, das pessoas feridas... tantos soldados mortos de um lado a outro, são todas notícias de morte. Pedimos ao Senhor da vida que nos liberte dessa morte da guerra", acrescentou.

Pedindo aos fiéis para que rezem pelo fim dos conflitos, na Ucrânia e no mundo, o líder católico destacou que é preciso orar para que "os governantes entendam que comprar armas e fazer armas não é a solução do problema, que tem como solução trabalhar todos juntos para a paz".

O Pontífice lembrou que consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria no próximo dia 25 de março e convidou a todos a rezarem pelo fim do conflito.

"Esse ano, no caminho da penitência da Quaresma e de jejum, pedimos ao Deus da paz, que se comova com a guerra em curso na Ucrânia. Na Polônia, vocês são testemunhas acolhendo os refugiados e escutando as suas histórias. Enquanto nos preparamos a viver um dia especial de orações, pedimos à mãe de Deus que alivie o coração dos nossos irmãos e irmãs aflitos pela crueldade da guerra", reforçou ainda.

Aos fiéis, afirmou durante sua fala, ao destacar a importância da relação entre idosos e jovens, que aprendeu a ter "ódio das guerras" com seu avô. "Eu posso dar um testemunho pessoal. O ódio e a raiva à guerra eu aprendi a ter com meu avô, que tinha combatido em 1914 e ele me transmitiu essa raiva à guerra porque me contou os sofrimentos e isso não se aprende nos livros, se aprende transmitindo dos avôs aos netos", acrescentou.

Visita à Ucrânia

O embaixador ucraniano na Itália, Yaroslav Melnyk, reforçou ao "Sky Tg24" que Kiev está trabalhando para uma visita do líder católica ao país, assim como havia sido dito um dia antes pelo representante no Vaticano.

"Nós admiramos muitíssimo o papel da Santa Sé, as palavras do papa Francisco sobre a Ucrânia. Nós faremos o possível para organizar a visita do Papa a Kiev, mas nem tudo depende de nós porque precisamos organizar a segurança. Mas, nós faremos o possível", acrescentou reforçando a necessidade de um acordo de cessar-fogo para que isso ocorra.