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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Fase ativa' da invasão russa terminará até abril, diz autoridade ucraniana

Do UOL, em São Paulo*

23/03/2022 09h20Atualizada em 23/03/2022 11h24

O conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych disse hoje que espera que a fase ativa da invasão russa se encerre até o final de abril. A Ucrânia acredita que o avanço da Rússia já está paralisado em várias áreas.

Falando à televisão local, Arestovych disse que a Rússia já perdeu 40% de suas forças de ataque. Ele também minimizou a possibilidade de a Rússia promover uma guerra nuclear —a Reuters não pôde verificar as alegações de forma independente.

Ontem, o Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas estão ficando sem suprimentos para a guerra. "De acordo com as informações disponíveis, as forças de ocupação russas que operam na Ucrânia têm estoques de munição e alimentos para não mais de três dias". A pasta também apontou que a situação do combustível é semelhante.

Outro trecho do relatório ucraniano diz que ao menos 300 militares russos "se recusaram a cumprir a ordem de realizar hostilidades" na região de Okhtyrka, cerca de 350 quilômetros a leste de Kiev, perto da fronteira com a Rússia.

A Ucrânia também afirma que em Donetsk e em Lugansk, áreas separatistas no leste do país, "o inimigo continua tentando avançar e se firmar, mas sem sucesso". O Ministério da Defesa da Rússia, porém, disse que tem avançado nessas regiões, e que tem atingido instalações militares ucranianas pelo país.

EUA atrapalham negociações, diz Rússia

A Rússia acusou o governo dos Estados Unidos de atrapalhar as "difíceis" negociações com a Ucrânia e considerou que o objetivo de Washington é "dominar" a ordem mundial, usando inclusive as sanções para alcançar a meta. O conflito completa hoje 28 dias e, embora negociadores de Rússia e Ucrânia estejam conversando regularmente, os dois lados dizem que um acordo está distante.

"As negociações são difíceis, o lado ucraniano muda constantemente de posição. É difícil evitar a impressão de que nossos colegas americanos estão segurando as mãos deles", disse o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em um discurso a estudantes em Moscou.

"Os americanos partem simplesmente do princípio de que não é proveitoso para eles que este processo termine rapidamente", acrescentou.

O ministro russo também criticou os países ocidentais que estão "lotando a Ucrânia de armas" destinadas, segundo Lavrov, a "manter pelo maior tempo possível" Moscou e Kiev em um "estado de combate".

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky diz estar pronto para discutir com o presidente russo, Vladimir Putin, uma saída para o conflito. Zelensky diz querer negociar diretamente com Putin, incluindo questões ligadas à Crimeia (anexada em 2014) e à Donbass (região separatista reconhecida apenas por Moscou), mas com "garantias de segurança".

*Com informações da Reuters