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Papa critica países que aumentam gastos militares: 'Loucos'

Papa Francisco criticou a promessa de alguns países ocidentais de aumentar seus gastos militares para até 2% do PIB após a invasão russa à Ucrânia - Thanassis Stavrakis/AFP
Papa Francisco criticou a promessa de alguns países ocidentais de aumentar seus gastos militares para até 2% do PIB após a invasão russa à Ucrânia Imagem: Thanassis Stavrakis/AFP

24/03/2022 09h57Atualizada em 24/03/2022 10h59

O papa Francisco criticou nesta quinta-feira (24) a promessa de alguns países ocidentais de aumentar seus gastos militares para até 2% do PIB (produto interno bruto) em função da invasão russa na Ucrânia.

Em audiência com uma entidade italiana de direitos da mulher, o líder da Igreja Católica afirmou que a resposta à crise não deve ser dada com "outras armas, outras sanções e outras alianças político-militares", mas sim com "um modo diverso de governar o mundo".

"Senti-me envergonhado quando li que um grupo de países se comprometeu a gastar 2% do PIB com a compra de armas para responder ao que está acontecendo. Loucos!", afirmou Francisco.

Diversos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciaram nas últimas semanas o aumento de suas despesas militares para fazer frente à Rússia, e a própria Câmara dos Deputados da Itália, país onde fica o Vaticano, aprovou uma resolução que compromete o governo a elevar os gastos com defesa para 2% do PIB.

"A história dos últimos 70 anos demonstra que nunca faltaram guerras regionais, por isso eu disse que estávamos em uma terceira guerra mundial fatiada, até chegarmos nesta, que tem uma dimensão maior e ameaça o mundo inteiro. Mas o problema de base é o mesmo: o mundo continua sendo governado como um xadrez onde os poderosos estudam os movimentos para estender seu predomínio", acrescentou o Papa.

De acordo com o pontífice, o conflito na Ucrânia é "fruto da velha lógica de poder que ainda domina a assim chamada geopolítica".

As declarações coincidem com uma cúpula de líderes da Otan em Bruxelas, durante a qual foi decidido o envio de mais tropas da aliança para países do leste europeu, como Bulgária, Romênia, Eslováquia e Hungria, sendo que os três últimos fazem fronteira com a Ucrânia.