Zelensky diz que alguns dos prefeitos raptados pela Rússia foram mortos
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que alguns prefeitos sequestrados durante a guerra foram mortos pelas tropas da Rússia. A afirmação foi dada em uma entrevista ao jornal britânico "The Economist" nesta segunda-feira (28) .
"Eles estão raptando os prefeitos das nossas cidades e mataram alguns deles. Alguns não conseguimos ainda encontrar; outros já encontramos, mas estavam mortos. Outros precisaram ser recolocados no lugar deles. Eles estão fazendo o mesmo que fizeram no Donbass em 2014. As mesmas pessoas fazendo essas operações, é a mesma metodologia", disse o mandatário sem citar números exatos.
A quantidade de líderes municipais raptados é incerta, mas a mídia ucraniana fala em 14 prefeitos sequestrados desde o início da guerra.
Nas últimas semanas, a Ucrânia conseguiu libertar ao menos dois deles: o de Skadovsk, Oleksandr Yakovlev, e o de Melitopol, Ivan Fedorov. No caso desse último, o governo ucraniano fez uma troca de seis militares russos presos por Fedorov.
Durante a entrevista, Zelensky foi questionado se achava que o presidente Vladimir Putin acreditava que a Ucrânia deveria existir.
"Eu não acho que ele visualize na sua cabeça a mesma Ucrânia que a gente vê. Ele vê a Ucrânia como parte do seu mundo, do seu ponto de vista mundial, mas isso não corresponde ao que aconteceu nos últimos 30 anos", disse ele ao jornal.
O ucraniano ainda criticou o tratamento que as tropas militares estão dando para os soldados que estão morrendo nas batalhas.
"Os invasores sequer estão lamentando as suas baixas. Isso é algo que eu não entendo. Cerca de 15 mil morreram em um mês... [Putin] está jogando os soldados russos como toras em uma fornalha de trem. E, eles sequer estão sendo enterrados", acusou.
Moscou não confirma números atualizados sobre soldados mortos em ação, mas já falou em 1.300 baixas. Há relatos de que os soldados mortos estão sendo abandonados pelas ruas ou colocados em "sacos de lixo". Em áreas do sul da Ucrânia, há acusações de que os mortos estão sendo queimados em grandes fogueiras. A Rússia nega as acusações.
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