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Ucrânia: Mariupol está à beira de uma catástrofe humanitária, diz prefeito

Do UOL, em São Paulo

28/03/2022 07h32

O prefeito de Mariupol, Vadim Boichenko, disse hoje que a cidade ucraniana, sitiada há várias semanas pelas forças russas, estava "à beira de uma catástrofe humanitária" e deveria ser totalmente evacuada. Mariupol é alvo de intensos bombardeios desde o início do ataque russo, que completa 33 dias.

Segundo ele, 160 mil civis estão cercados, sem eletricidade. Vinte e seis ônibus estão prontos para retirar os moradores, mas as forças russas se recusam a garantir a segurança da operação. O governo russo desmente com frequência que a ofensiva na Ucrânia vise civis e culpa as forças ucranianas pela impossibilidade de instaurar corredores humanitários em cidades sitiadas, como Mariupol.

Alguns moradores conseguiram deixar a cidade por corredores humanitários, mas muitos permanecem presos. Hoje, o governo ucraniano informou que renunciou a todos os corredores de retirada de civis devido ao temor de "provocações" russas.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

"Nossos serviços de inteligência informaram sobre possíveis provocações por parte dos ocupantes nos trajetos dos corredores humanitários. Por isto, por razões de segurança para os civis, hoje (segunda-feira) não abriremos nenhum corredor humanitário", afirmou a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk no Telegram.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que conversaria com Putin hoje ou amanhã para organizar uma operação de retirada dos civis da cidade. Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, ele já conversou 8 vezes com Putin e acredita que o diálogo ainda é possível para parar o conflito.

Depois de mais de um mês do início da invasão, as delegações russa e ucraniana se encontram, a partir de amanhã, em Istambul, para uma nova rodada de negociações. No entanto, o conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Vadim Denisenko, disse que não espera maiores avanços nas negociações de paz.

Inicialmente, a reunião estava prevista para ocorrer hoje, mas devido a "dificuldades logísticas" começará amanhã de manhã (horário local), informou o governo ucraniano.

Um dos principais temas será a obtenção de "garantias de segurança e de neutralidade, e a desnuclearização do nosso Estado", disse, ontem, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista à mídia independente russa, e transmitida pelo canal Telegram.

Uma sessão de negociações russo-ucranianas já havia sido realizada no dia 10 de março na cidade de Antália, na Turquia, entre os Ministros de Relações Exteriores, sem avanços concretos.

A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou na quinta-feira (24) que 1.035 civis morreram e 1.650 ficaram feridos na guerra entre Ucrânia e Rússia. Dados que a própria organização estima ser maior por causa dos poucos dados de áreas de difícil acesso.

A ONU também disse no domingo (20) que 10 milhões de ucranianos precisaram deixar as suas casas por causa da invasão russa. Isso representa mais de um quarto da população da Ucrânia.

* Com AFP e RFI