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Papa Francisco critica quem faz cirurgias em busca da 'eterna juventude'

Em audiência geral na manhã de hoje, o Papa Francisco criticou quem faz cirurgias em busca da "eterna juventude" - REUTERS/Guglielmo Mangiapane
Em audiência geral na manhã de hoje, o Papa Francisco criticou quem faz cirurgias em busca da "eterna juventude" Imagem: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

08/06/2022 10h43Atualizada em 08/06/2022 10h58

O papa Francisco focou sua fala na audiência geral desta quarta-feira (8) sobre a "obsessão" do "mito da eterna juventude" e a confusão que muitos fazem entre o que é bem-estar e o que é a "alimentação do mito".

Além disso, criticou quem despreza a velhice como parte natural da vida.

"A nossa época e a nossa cultura, que mostram uma preocupante tendência a considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção e de reprodução biológica do ser humano, cultiva ainda o mito da eterna juventude como uma obsessão - desesperada - de uma carne incorruptível. Porque a velhice é, de muitas maneiras, desprezada", afirmou aos presentes.

"A técnica se deixa atrair para esse mito de todas as formas: na expectativa de derrotar a morte, podemos manter o corpo vivo com remédios e cosméticos, que atrasam, escondem, removem a velhice.

Naturalmente, uma coisa é o bem-estar, outra coisa é a alimentação do mito. Não se pode negar, porém, que a confusão entre os dois aspectos está criando uma confusão mental: confundir o bem-estar com a alimentação do mito da eterna juventude", pontuou ainda.

Segundo o líder católico, hoje "se usa tantos truques, tantas intervenções cirúrgicas para parecer mais jovens". Ele ainda lembrou de uma fala da atriz italiana Anna Magnani que, sempre que era questionada sobre "retirar suas rugas", respondia que "elas demoraram muitos anos para estarem aí".

"É isso, as rugas são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo de maturidade, um símbolo de ter feito um caminho. Não tocá-las para se tornar jovem, mas jovens apenas de rosto: o que interessa é toda a personalidade, o que interessa é o coração, e o coração permanece com a juventude de um vinho bom, que quanto mais envelhece, melhor fica", acrescentou.

A fala voltou a bater em um ponto muito repetido por Francisco em seus discursos, que é a "cultura do descarte", que visa abandonar as minorias e os mais frágeis da sociedade, dizendo que os "mais velhos são inúteis".

Ressaltando que os idosos criam uma "estrada" para todos, o Pontífice pontuou ainda que "os velhos são mensageiros do futuro, da tenacidade, da sabedoria de uma vida vivida".

"Sigamos adiante e olhemos para os mais velhos", finalizou.