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Papa pede que líderes do Sri Lanka 'escutem os pobres'

9.jul.2022 - Policiais usam gás lacrimogênio durante protesto que pede renúncia do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa - AFP
9.jul.2022 - Policiais usam gás lacrimogênio durante protesto que pede renúncia do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa Imagem: AFP

10/07/2022 09h08

O papa Francisco fez neste domingo (10) um apelo em defesa da paz no Sri Lanka, que vive um período de agitação social e política por causa da pior crise econômica na história do país.

"Uno-me à dor do povo do Sri Lanka, que continua sofrendo os efeitos da instabilidade política e econômica", afirmou o líder da Igreja Católica durante seu Angelus dominical.

No sábado (9), milhares de manifestantes protestaram contra a crise na capital Colombo, e muitos deles invadiram o palácio presidencial, forçando a fuga do presidente Gotabaya Rajapaksa, que prometeu entregar o cargo na próxima quarta-feira (13).

"Junto aos bispos do país, renovo meu apelo pela paz e imploro àqueles que têm autoridade que não ignorem o grito dos pobres e as necessidades do povo", acrescentou o pontífice, que visitou o Sri Lanka em janeiro de 2015.

Vídeos transmitidos nas redes sociais mostram centenas de pessoas caminhando pelos cômodos do edifício e até pulando na piscina do complexo.

O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, que está no cargo há apenas dois meses, teve sua casa particular incendiada por manifestantes e disse que também está disposto a renunciar para abrir caminho para a formação de um governo de união nacional.

Com cerca de 22 milhões de habitantes, o Sri Lanka enfrenta sua pior crise econômica desde sua independência do Reino Unido, em 1948, com inflação galopante, blecautes recorrentes e escassez de combustíveis e itens alimentares.

O país já deu um calote de US$ 51 bilhões em sua dívida externa e agora busca um resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em maio, a repressão a protestos contra o establishment já havia deixado nove mortos no Sri Lanka, forçando a renúncia do então premiê Mahinda Rajapaksa, irmão do atual presidente.