Justiça dos EUA divulga detalhes sobre ação na casa de Trump
WASHINGTON, 26 AGO (ANSA) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (26) uma versão editada do depoimento usado para conseguir uma aprovação judicial para realizar uma operação de busca e apreensão na mansão do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.
A divulgação foi ordenada pelo juiz da Flórida Bruce Reinhart na última quinta-feira (25) em um processo em que o republicano e a principal mídia dos EUA pedem que o documento se torne público.
A expectativa é detalhar as evidências que justificaram a operação inédita. Trump é investigado por suspeita de violação da Lei de Espionagem, obstrução de Justiça e destruição de registros oficiais. A operação em Mar-a-Lago, realizada em 8 de agosto, apreendeu 20 caixas de documentos, incluindo arquivos confidenciais levados da Casa Branca após o fim do mandado do republicano.
Essa é a primeira vez na história dos EUA que um ex-presidente foi alvo de um mandado de busca e apreensão em uma de suas residências.
Em nota anexa, o Departamento de Justiça explica por que a declaração deve permanecer com alguns dados omitidos.
"As informações contidas no depoimento podem ser usadas para identificar muitas, se não todas, as testemunhas", diz o documento. "Se a identidade das testemunhas for revelada, elas podem estar sujeitas a danos, incluindo retaliação, intimidação ou assédio e até ameaças à sua segurança física", continua o texto.
De acordo com o depoimento editado, 14 dos 15 casos recuperados no início deste ano continham papéis confidenciais - um total de 184 documentos - e 25 arquivos eram ultrassecretos.
"O governo está conduzindo uma investigação criminal sobre a remoção e armazenamento indevidos de informações confidenciais em espaços não autorizados, bem como a ocultação ou remoção ilegal de documentos governamentais", diz o início do texto.
Segundo as autoridades americanas, o FBI avisou o Serviço Secreto, que protege o ex-presidente, antes de chegar, o que confirma que não foi uma operação realizada à força.
Além disso, acredita-se que na residência de Trump em Mar-a-Lago pode haver indícios de obstrução da justiça. Por isso, o mandado de busca autorizou a apreensão de materiais que estavam na mansão.
Um inventário divulgado junto com o mandado revela que os agentes do FBI confiscaram 11 conjuntos de documentos confidenciais, incluindo quatro ultrassecretos e três secretos.
Após a liberação do arquivo, Trump classificou a divulgação do depoimento editado como "uma manobra total de relações públicas do Departamento de Justiça e do FBI".
Já o atual presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que deixará que o "Departamento de Justiça determine" se a segurança nacional dos EUA pode ter sido comprometida na residência de Trump em Mar-a-Lago.
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