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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia envia energia de usina de Zaporizhzhia apenas para áreas ocupadas

 Rússia parou de enviar eletricidade da central nuclear de Zaporizhzhia para "áreas controladas por Kiev" - European Union, Copernicus Sentinel-2 imagery/via REUTERS
Rússia parou de enviar eletricidade da central nuclear de Zaporizhzhia para "áreas controladas por Kiev" Imagem: European Union, Copernicus Sentinel-2 imagery/via REUTERS

26/08/2022 08h09Atualizada em 26/08/2022 09h18

A Rússia parou de enviar eletricidade da central nuclear de Zaporizhzhia para "áreas controladas por Kiev", fazendo o fornecimento apenas para as cidades que estão sob ocupação russa, informou um dos membros do conselho civil-militar, Vladimir Rogov, à mídia do país nesta sexta-feira (26).

"Há quatro linhas [de energia] e três delas foram desativadas por bastante tempo porque havia ataques intensos o tempo todo."

Ontem, a quarta linha foi destruída e é simplesmente impossível transferir energia para a margem direita do [rio] Dnieper", disse Rogov à emissora "Rossiya-1" em fala republicada pela agência Tass.

A fala contradiz em partes às afirmações dadas por Moscou nesta quinta-feira (25), de que o sistema havia sido religado à rede nacional de energia da Ucrânia. O governo ucraniano não se manifestou oficialmente.

Rogov voltou a dizer que os ataques contra a área nuclear têm sido realizados apenas por Kiev. Por sua vez, os ucranianos afirmam que as ações militares são todas russas. É impossível verificar de maneira independente quem está fazendo os lançamentos de mísseis ou se são as duas nações que estão agindo dessa forma.

A situação da central nuclear, a maior da Europa, causa bastante preocupação na comunidade internacional por conta dos temores de um desastre de enormes proporções.

Apesar de ficar na Ucrânia e ainda ser operada por técnicos de Kiev, a estrutura está sob controle das tropas russas desde o início de março. Imagens obtidas pela "CNN" recentemente mostram que os russos têm usado o espaço também para levar carros armados e estocar armamentos.

AIEA - Nesta sexta, Kiev voltou a acusar Moscou de impedir que os técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) façam uma missão de inspeção na central nuclear de Zaporizhzhia, em visitas que estão suspensas desde o início da guerra, em fevereiro.

Segundo a conselheira do Ministério da Energia, Lana Zerkal, em entrevista ao "Kyiv Independent", as tropas russas estão fazendo ações para impedir que o comboio se dirija à central.

Por outro lado, Rogov informou à Tass que os "detalhes da rota" que os membros da AIEA vão fazer para a visita à planta - que ainda não tem data confirmada - está sendo mantida sob sigilo "por questões de segurança".

"Há muitas opções de rotas, que não serão reveladas no interesse da segurança da equipe", acrescentou ainda.

Já o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que a possível liberação para que técnicos do órgão ligado à ONU visitem a usina pode abrir caminho para que haja uma "presença permanente" nas instalações.

"É uma missão difícil. Viajar em uma zona de combates não é algo fácil para os especialistas. Por isso, é necessário garantir a segurança e tudo deve ser feito em coordenação com os dois países e esperamos também o apoio das Nações Unidas.

Tecnicamente, os parâmetros da missão devem ser determinados e deve ser tomada uma decisão sobre o que poderemos fazer - e talvez até estabelecer uma presença permanente da AIEA no sítio", pontuou Grossi.