Parlamentares de Taiwan irão aos EUA em setembro em meio a conflito com a China
Uma delegação de oito a 10 parlamentares de Taiwan fará uma visita formal ao Congresso dos Estados Unidos no mês de setembro, informou a vice-presidente da Taiwan American Congressmen's Association, Chen Yixin, nesta segunda-feira (29).
Conforme a nota divulgada, a ida do grupo a Washington quer "promover a diplomacia" entre o território e os EUA e deve aumentar ainda mais a crise diplomática entre norte-americanos e chineses - que se acentua desde a visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taipei no início de agosto.
Chen, porém, informou que essa é uma "visita de rotina" e que na programação estão encontros com membros do Senado e da Câmara.
Ainda afirmou que as visitas haviam sido paralisadas em 2020 e 2021 por conta da pandemia de Covid-19, mas que agora serão retomadas a todo vapor.
Desde o início de agosto, os EUA já enviaram quatro delegações para Taiwan, o que provocou a China a fazer os maiores exercícios militares na região em sua história. Além disso, Pequim suspendeu uma série de acordos bilaterais com Washington como protesto.
Por outro lado, a Casa Branca afirma que sua postura sobre o território ser parte da China "não mudou" e que não apoia a independência da localidade.
Além das delegações norte-americanas, o Parlamento de Taiwan informou que há previsão de visitas de outros grupos políticos internacionais do Reino Unido, Canadá, Alemanha e Dinamarca.
Navios - Nesta segunda-feira, em sua coletiva diária à imprensa, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que a presença intensa de navios norte-americanos na região indo-pacífica são uma "sabotagem" da estabilidade em Taiwan.
A fala referia-se a passagem, neste domingo (28), de dois cruzadores pelo Estreito de Taiwan.
"Com o pretexto da liberdade de navegação, os navios de guerra norte-americanos mostram a sua força. Não se trata de uma promessa de liberdade e de abertura, mas de uma provocação que busca atacar a liberdade e de uma deliberada sabotagem da paz e da estabilidade regional", afirmou aos repórteres.
Zhao disse que "mais uma vez, exortamos os EUA a pararem de falsificar, esvaziar e distorcer o princípio da 'China Única', a respeitar as normas de base das relações internacionais sobre soberania e integridade territorial de outros países e a não interferir em seus assuntos internos, respeitando seriamente o princípio da 'China Única' e os três acordos conjuntos sino-americanos".
Taiwan denuncia aumento de presença chinesa - O Ministério da Defesa de Taiwan publicou nesta segunda-feira uma atualização das atividades militares chinesas próximas ao território e informou que oito navios e 37 caças estão circulando e/ou invadiram o espaço aéreo.
O número está em aumento e a pasta destacou que está "monitorando a situação e respondendo" aos atos com a decolagem de seus jatos militares, movimentando seus navios e ativando os sistemas antimísseis de terra.
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