Topo

China defende medidas anti-Covid, mas critica governos locais

29/11/2022 13h49

PEQUIM, 29 NOV (ANSA) - Na primeira coletiva desde que os protestos contra as medidas anti-Covid explodiram em várias cidades da China, o diretor do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, Cheng Youquan, afirmou nesta terça-feira (29) que o problema não são as restrições, mas a forma como os funcionários sanitários locais as estão aplicando.   

Segundo Youquan, as "reclamações" dos moradores não eram sobre as medidas em si, mas "a aplicação de uma abordagem de maneira única para todos". Disse ainda que quando há lockdowns, eles devem ser revertidos "o mais rapidamente possível" após a redução dos contágios.   

O alto funcionário ainda reconheceu que alguns controles foram implementados "de forma excessiva", sem ouvir os pedidos das pessoas afetadas. Além disso, o diretor disse que os governos deveriam apenas abordar "as questões urgentes".   

Também presente na coletiva, o porta-voz da Comissão Sanitária Nacional, Mi Feng, ressaltou que as autoridades locais precisam "responder e resolver os pedidos racionais das massas" de maneira rápida, mas ressaltou que as políticas de Pequim "foram estudadas e adaptadas às medidas de contenção de pandemia para proteger ao máximo as pessoas e limitar o máximo possível os impactos sobre as populações".   

As duas falas referiam-se, especificamente, a não aplicação de 20 novas medidas anunciadas pelo governo central para simplificar os controles sanitários e de prevenção da Covid-19 e que visavam "corrigir medidas políticas excessivas" tomadas por autoridades locais.   

Além disso, a Comissão Sanitária anunciou uma aceleração da campanha vacinal para aumentar a cobertura de proteção das pessoas com mais de 80 anos e, na sequência, das que têm entre 60 e 70 anos.   

No entanto, os líderes ou participantes das manifestações dos últimos dias, especialmente em Xangai, começaram a ser ouvidos pelas autoridades locais por suas participações nos atos.   

Nesta terça, a Comissão Central para Assuntos Legais e Políticos do Partido Comunista Chinês publicou um pedido de "repressão" contra "as forças hostis" depois dos protestos, conforme publicou a agência estatal de notícias Xinhua.   

Um dia antes, as Nações Unidas fizeram um apelo para que as autoridades de Pequim respeitassem o direito à manifestação pacífica da população e que não fossem detidos quem estava apenas protestando contra as medidas sanitárias.   

A China vem batendo recordes quase que diariamente de casos de Covid-19 em uma nova onda pandêmica e, por conta disso, diversos lockdows foram implementados em distritos de grandes cidades - desencadeando uma série de protestos inéditos em intensidade desde a notificação das primeiras contaminações, há quase três anos.   

No entanto, mesmo com a maioria da população vacinada, não há indícios de que a China vá afrouxar as medidas restritivas da pandemia. (ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.