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Em discurso, papa Francisco diz que 'bruxaria' é como uso de drogas

Líder católico afirmou em discurso que as "escolhas individualistas" parecem tentadoras, mas depois deixam apenas "um grande vazio dentro". - GUGLIELMO MANGIAPANE/REUTERS
Líder católico afirmou em discurso que as "escolhas individualistas" parecem tentadoras, mas depois deixam apenas "um grande vazio dentro". Imagem: GUGLIELMO MANGIAPANE/REUTERS

Kinshasa (República Democrática do Congo)

02/02/2023 12h10

O papa Francisco se reuniu nesta quinta-feira (2) com cerca de 65 mil jovens em um estádio de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, e pediu que eles evitem o "ocultismo e a bruxaria", comparando essas práticas com o consumo de drogas.

Em seu discurso, o líder católico afirmou que as "escolhas individualistas" parecem tentadoras, mas depois deixam apenas "um grande vazio dentro".

"Pensem na droga: você se esconde dos outros, da vida de verdade, para se sentir onipotente, e no fim das contas você se vê privado de tudo. Mas pensem também na dependência do ocultismo e da bruxaria, que te fecham nas mordidas do medo, da vingança e da raiva", disse Francisco.

Em seguida, o Papa fez um apelo para que os jovens "não se deixem fascinar por falsos paraísos egoístas, construídos sobre a aparência, ganhos fáceis ou religiosidades distorcidas".

Durante o evento, o líder católico também pediu que os jovens congoleses se afastem do "tribalismo" e da "corrupção". "Se alguém prometer favores e riquezas, não caiam na armadilha, não se deixem engolir pelo pântano do mal", salientou.

Após o Papa abordar o tema da corrupção, parte do público presente no estádio entoou coros contra o presidente Félix Tshisekedi, que enfrentará eleições no fim do ano.

O padre congolês que fazia a tradução do discurso explicou ao pontífice que o público falava de "questões políticas" e pediu que os jovens interrompessem o protesto.

Francisco chegou na República Democrática do Congo, segundo maior país africano em extensão territorial, na última terça-feira (31) e, desde então, já fez discursos em defesa da paz e contra a exploração do continente.

Ele fica em Kinshasa até 3 de fevereiro, quando parte para o Sudão do Sul, também na África Subsaariana.