'Durona': 1ª mulher chefe de gabinete tocará projeto anti-imigração nos EUA
Susie Wiles, 67, foi indicada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ao cargo de chefe de gabinete nos EUA.
Quem é Susie Wiles
Com fama de discreta e disciplinada, ela é a primeira mulher nomeada para a função. O cargo consiste em gerenciar a equipe da Casa Branca, organizar o tempo e a agenda do mandatário e manter contato com outros departamentos do governo e do poder.
Nos bastidores, ela também deve agir como conselheira do presidente eleito. A expectativa é de que ela seja uma das peça-chave para por em prática o plano de deportação em massa de imigrantes ilegais no país.
Wiles foi gerente de campanha de Trump e é considerada "uma das principais arquitetas" da vitória dele. Ela trabalhou ao lado do colega Chris LaCivita e fez, segundo analistas internacionais, uma operação "mais disciplinada" para a terceira candidatura presidencial em comparação com as anteriores.
"Não tenho dúvidas de que ela deixará nosso país orgulhoso", disse Trump. Ele chamou a estrategista ao palco após vencer a democrata Kamala Harris com grande vantagem. "Nós a chamamos de 'donzela do gelo", afirmou.
Natural da Flórida, ela atuou como assessora sênior nas candidaturas de Trump de 2016 e de 2020. Ela também foi importante para limpar o nome de Trump, após a invasão do Capitólio por apoiadores do republicano em 6 de janeiro de 2021.
Longa trajetória na política. Filha do jogador de futebol americano e locutor esportivo Pat Summerall, Wiles começou a carreira no escritório em Washington do deputado Jack Kemp, de Nova York, nos anos 1970. Depois disso, trabalhou na campanha de Reagan em 1980 e na Casa Branca, na função de planejamento.
Em seguida, Wiles foi para a Flórida, onde assessorou dois prefeitos de Jacksonville e trabalhou para a deputada Tillie Fowler. Depois, passou a se dedicar a campanhas eleitorais, sendo responsável por ajudar o empresário Rick Scott a se eleger governador do estado.
Em 2018, após assessorar Trump, Wiles ajudou a eleger Ron DeSantis como governador da Flórida. Os dois, contudo, se desentenderam, e DeSantis chegou a pedir que a campanha de Trump em 2020 cortasse seus laços com a estrategista.
Nas primárias, Wiles liderou a campanha primária de Trump contra DeSantis. O bilionário derrotou o governador da Flórida na escolha do candidato do partido.
Susie é durona, inteligente, inovadora e é universalmente admirada e respeitada. Susie continuará a trabalhar incansavelmente para Tornar a América Grande Novamente.
Donald Trump, ao anunciar Susie Wiles como chefe de gabinete
*Com informações da DW
Tema da imigração foi constante na campanha de Trump
Presidente eleito deu declarações racistas sobre o assunto. No ano passado, ele disse que os migrantes estavam "envenenando o sangue do nosso país". Em outubro último, afirmou que imigrantes irregulares cometem assassinatos porque têm "genes ruins".
Trump prometeu a "maior operação de deportação doméstica na história americana". O objetivo seria expulsar 11 milhões de imigrantes ilegais, estima artigo da revista Time. O método será encurtar os processos de deportação, realizando as expulsões sem a realização de audiências, exigidas por lei atualmente.
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Quero receberPara cumprir a promessa, Trump gastaria bilhões de dólares. O custo para deportar um milhão de imigrantes ilegais por ano custaria mais de US$ 88 bilhões (R$ 502,3 bilhões em valores de hoje), totalizando US$ 967,9 bilhões (R$ 5,5 trilhões) ao longo de mais de 10 anos, de acordo com relatório do Conselho Americano de Imigração.
Resultado de expulsão em massa pode ser desastroso. A remoção abrupta de milhões de imigrantes provavelmente levaria à instabilidade econômica, particularmente em indústrias fortemente dependentes de mão de obra dos ilegais, como agricultura e turismo.
Exército e campos de detenção. Um dos planos do republicano é mobilizar tropas federais no exterior para a fronteira sul do país, que dá acesso à América Latina, onde os militares teriam autorização para prender imigrantes. O candidato também quer construir campos de detenção para irregulares, medida que, segundo ele, vai acelerar o processo de expulsão no país.
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