Tales: Bolsonaro tentará tirar Valdemar da presidência do PL

Jair Bolsonaro está articulando nos bastidores a retirada de Valdemar Costa Neto da presidência do PL, conforme apurou Tales Faria. O colunista trouxe a informação no UOL News desta sexta (8).

Segundo Tales, Bolsonaro estaria incomodado com as declarações de Valdemar, sugerindo que o líder do PL não demonstra otimismo quanto às chances de o ex-presidente concorrer às eleições presidenciais de 2026.

No UOL Entrevista da última quarta (8), Valdemar disse não ver chances de Bolsonaro ir para a cadeia, mas "se for preso, elege até um poste para presidente".

Essas falas do Bolsonaro só mostram que, ao contrário do que ele está dizendo, de fato a direita está rachada. Ele está muitíssimo preocupado com os possíveis adversários dele. Vou dizer uma apuração: está na mira dele o controle do Valdemar Costa Neto sobre o PL.

Nos bastidores, Bolsonaro está trabalhando para [o senador] Rogério Marinho [PL-RN] assumir a presidência do PL. Valdemar tem dado declarações como 'Bolsonaro será um excelente cabo eleitoral para eleger deputados e senadores', dando a entender que, preso, ele é ótimo e que há outros nomes, como Tarcísio de Freitas. Bolsonaro está incomodadíssimo com isso. Tales Faria, colunista do UOL

Tales ressaltou que Bolsonaro já entrou em atrito com Luciano Bivar, líder do PSL, seu partido anterior, o que evidencia sua tática de minar o poder de quem se opõe a ele - mesmo que seja um próprio aliado.

Hoje, a prioridade de Bolsonaro é atacar seus adversários no campo da direita por ver que ela está rachada. É atacar [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], Pablo Marçal [candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo], Ricardo Salles [ex-ministro do Meio Ambiente] e enfraquecer Tarcísio, dizendo que ele é um 'líder estadual, e não nacional'.

O discurso dele está todo voltado para isso. Também está voltando a questão do Congresso. O PL está negociando com o Arthur Lira não a anistia a Bolsonaro, como o ex-presidente queria, mas enrolando para deixar esse assunto mais para diante e ver como diminuir as penas da raia miúda.

Bolsonaro está sentindo que mesmo no PL ele precisa tentar ter o controle. O próximo alvo dele é o Valdemar, como ele já teve no PSL e derrubou o presidente. Será assim o tempo inteiro. Tales Faria, colunista do UOL

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Josias: Governo Lula se sente aliviado por não ter que ir à posse de Trump

A ausência de Lula na cerimônia de posse de Donald Trump representa um alívio para o governo brasileiro, afirmou o colunista Josias de Souza.

Lula está fazendo agora um papel institucional e age corretamente. Ele errou na véspera da eleição quando declarou sua simpatia e seu apoio a Kamala Harris. Depois que Trump foi eleito, Lula teve um comportamento de manual: felicitou o novo presidente eleito dos EUA por meio das redes sociais e se colocou à disposição para trabalhar em conjunto.

Lula se sente, pelo que eu conversei lá [no Planalto] há 48 horas, meio aliviado com essa regra e essa praxe do governo norte-americano de não convidar chefes de Estado para a posse do presidente eleito. Evidentemente, isso não é uma lei; se quiser, Trump pode muito bem convidar quem ele bem entender.

O governo brasileiro estava aliviado com essa praxe e disse que, como de hábito, enviará o embaixador brasileiro nos EUA para a cerimônia de posse de Trump. Então está tudo dentro do manual. Josias de Souza, colunista do UOL

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Jamil: Governo Lula tenta desmontar narrativa bolsonarista sobre Trump

Mesmo sem comparecer à cerimônia de posse de Donald Trump, o governo Lula trabalha para desmistificar a ideia de que os bolsonaristas são os interlocutores entre Brasil e Estados Unidos, disse o colunista Jamil Chade.

A ausência de Lula não só já era esperada como seria uma surpresa se Trump virasse essa lei de alguma forma para ter outro significado. Não é a primeira posse dele, e na outra tampouco líderes estrangeiros foram convidados. Seria uma surpresa muito grande se Trump mudasse esse protocolo.

O que tem acontecido, e precisamos ficar de olho nisso, é uma tentativa correta por parte do Itamaraty de ocupar o espaço e os canais de diálogo com o Partido Republicano, colocando-se para o jogo e o diálogo. Isso não quer dizer que Trump topará, mas essa é a disposição por parte do Brasil.

Para quê? Justamente para tentar desmontar a narrativa bolsonarista de que eles são os interlocutores do Brasil nos Estados Unidos. Não são; pelo menos neste momento não é verdade. Eles não têm esse papel. Jamil Chade, colunista do UOL

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