Papa ironiza famílias que preferem cães e gatos em vez de filhos

JACARTA, 4 SET (ANSA) - O papa Francisco ironizou nesta quarta-feira (4), durante visita à Indonésia, as famílias que preferem ter cães e gatos em vez de filhos.

A declaração foi dada de improviso durante um discurso na presença do presidente Joko Widodo, líder do quarto país mais populoso do mundo, com 281 milhões de habitantes, e que deve ultrapassar os Estados Unidos (337 milhões) nas próximas décadas.

"Uma parte considerável da humanidade é marginalizada, sem meios para uma existência digna e sem defesa para enfrentar os graves e crescentes desequilíbrios sociais, que desencadeiam os atuais conflitos", disse o Papa ao ler seu discurso.

Em seguida, de improviso, acrescentou: "E como resolvem isso? Com leis de morte, ou seja, para limitar os nascimentos, que são a maior riqueza de um país. Já vocês têm famílias que fazem três, quatro, cinco filhos. Continuem assim, vocês são um exemplo para todos".

"Talvez certas famílias prefiram ter um gato, um cachorrinho, e não um filho. Isso não está certo", salientou Francisco, arrancando risadas de Widodo.

Essa não é a primeira vez que o líder da Igreja Católica critica famílias sem filhos para alertar sobre o chamado "inverno demográfico", realidade comum a muitos países ocidentais, como a Itália, que vem batendo seguidos recordes negativos de natalidade.

Em novembro de 2023, durante encontro com afetados por terremotos na Itália, o Papa apontou os supostos riscos da "cultura veterinária"; já em maio, reclamou que "nunca faltam cães e gatos" nas casas, enquanto "faltam filhos" devido ao "egoísmo, consumismo e individualismo que tornam as pessoas solitárias e infelizes".

No ano passado, Francisco também repreendeu uma mulher que lhe pedira para abençoar um cão. "Tantas crianças com fome e você com um cachorrinho'", afirmou o pontífice na ocasião.

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