A busca por um tesouro de US$ 2 milhões escondido nos EUA que já matou 4 pessoas
No meio do ano passado, Jeff Murphy deu início a uma viagem da qual jamais voltaria.
O americano de 53 anos disse à família que realizaria uma pequena excursão para o Parque Nacional Yellowstone, no noroeste dos Estados Unidos, para subir à montanha Turkey Pen. A escalada levaria metade de um dia, mas nunca mais se teve notícias dele.
Empregados do parque começaram uma grande operação de buscas, com montanhistas, agentes a cavalo, cachorros rastreadores e um helicóptero até que seu corpo foi encontrado no fundo de uma inclinação no dia 9 de junho do ano passado.
Depois de meses sem notícias sobre a investigação do caso, a televisão local KULR, do Estado de Montana, recebeu um relatório oficial, por meio de uma solicitação de informações públicas, que confirmou o que muitos suspeitavam.
Murphy estava em busca do tesouro que o colecionador Forrest Fenn havia escondido nas Montanhas Rochosas, que se estendem desde o Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos, até a Columbia Britânica, no noroeste do Canadá.
Ele foi a quarta pessoa a morrer nos EUA em busca do famoso tesouro de ouro e joias que Fenn teria escondido em uma localização secreta a mais de 1,5 mil metros de altitude.
Milhares de pessoas já procuraram pelos objetos, supostamente avaliados em US$ 2 milhões, guiados pelas pistas que Fenn deixou em um poema no seu livro de memórias.
"Então, escute e escute bem, seu esforço valerá a pena; se você for corajoso, eu te dou o título de ouro", diz o verso final.
Mas familiares dos mortos, como a mulher de Paris Wallace, também vítima dessa busca no ano passado, afirmam tratar-se de um "engano" com consequências fatais.
Falta de sorte
Os que foram às Montanhas Rochosas em busca do tesouro voltaram às suas casas com as mãos vazias. Os que tiveram menos sorte, perderam a vida.
No início de 2016, Randy Bilyey, de 54 anos, começou as buscas nas montanhas do Novo México. Seis meses depois de seu desaparecimento, as autoridades encontraram seus restos mortais nas águas do rio Grande.
Paris Wallace, de 52 anos também morreu durante uma expedição no Novo México em 2017. Ele se perdeu em uma região acidentada conhecida como Garganta do Rio Grande e, assim como aconteceu com Bilyeu, seu corpo foi encontrado em uma das margens do rio.
Um terceiro caso fatal foi o de Eric Ashby, de 31 anos, que se aventurou nas turbulentas águas do rio Arkansas, no Colorado, e desapareceu.
As autoridades do Novo México disseram, em janeiro passado, que ele também era um aventureiro que estava em busca do tesouro de Fenn.
Em um esforço para prevenir futuras mortes, Fenn disse no ano passado que "ninguém deveria buscar em um lugar onde um homem de 80 anos (como ele) não conseguiria ter escondido".
Tesouro
O suposto tesouro inclui peças de ouro e rubis, oito esmeraldas, duas zafiras de Ceilán, diamantes, duas antigas pedras de jade chinesas e pulseiras de ouro pré-colombiano.
Fenn, um vendedor de arte e ex-piloto americano de 82 anos, garante que o tesouro pode valer até US$ 2 milhões e que as nove chaves para encontrá-lo estão em um poema de 24 versos publicado em seu livro de memórias.
Thrill of the chase ("O Prazer da Caçada", em tradução livre), o livro dele, é vendido por US$ 35 dólares nas lojas do Novo México e aparece na lista de mais vendidos nas livrarias locais.
Na breve sinopse do livro, é possível ler "sobre a notável história real de Forrest Fenn e de um tesouro escondido, oculto em algum lugar das montanhas ao norte de Santa Fé".
"O livro contém pistas sobre a localização do tesouro", finaliza o resumo da obra.
Mas por que Fenn decidiu fazer isso? "Para que as pessoas se levantem de seus sofás", foi a curta explicação do colecionador a um blog que publica informações sobre seu tesouro.
Críticos o acusam Fenn de incentivar as pessoas a colocar suas vidas em perigo. Além disso, afirmam que a história não passa de uma estratégia do milionário para vender mais livros.
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