O que disseram Bolsonaro e Trump durante encontro histórico na Casa Branca
O presidente americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira, em um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) que apoia o pedido de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A declaração de Trump era algo desejado pelo governo brasileiro, mas contrariou expectativas de analistas, que duvidavam de um anúncio de apoio.
O pedido brasileiro de adesão foi feito em 2017. Apesar da expectativa de que fosse aceito rapidamente, os trâmites emperraram por falta de acordo entre os países-membros.
Um dos principais empecilhos seria a posição do governo americano, que relutaria em permitir a entrada simultânea de vários novos postulantes. Hoje, a OCDE tem 36 países-membros. Além do Brasil, cinco países aguardam uma decisão sobre pedidos de adesão: Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Trump já havia manifestado apoio à candidatura da Argentina e gostaria de que fosse dada preferência ao país, que fez o pedido de adesão um ano antes do Brasil.
Na coletiva de imprensa realizada no Salão Oval, na Casa Branca, Trump ainda falou sobre a crise na Venezuela e disse que "todas as opções estão sobre a mesa".
O presidente americano afirmou, no entanto, que Brasil e Estados Unidos têm "opções diferentes" sobre como lidar com a questão e que seria necessário debater.
"Sei o que quero que aconteça na Venezuela. Nós temos opções diferentes sobre a Venezuela, vamos conversar sobre elas. Todas as opções estão sobre a mesa. É uma vergonha o que está acontecendo na Venezuela, toda a crise e fome, vamos falar sobre isso em profundidade", disse Trump.
Questionado sobre um possível apoio do Brasil a uma intervenção militar no país vizinho, Trump disse que seria preciso "discutir isso".
'Brasil e EUA nunca estiveram tão próximos', disse Trump
Esta foi a primeira reunião de Bolsonaro com Trump. O encontro é o principal compromisso do brasileiro em sua agenda de três dias em Washington, onde chegou no domingo. Esta é a segunda viagem internacional de seu mandato.
Bolsonaro disse na coletiva que a reunião era um "motivo de orgulho e satisfação". "É uma satisfação estar nos Estados Unidos, após algumas [visitas] de presidentes antiamericanos, o Brasil mudou a partir de 2019. E, obviamente, temos muito a conversar, muita coisa a oferecer um para o outro pelo bem dos nossos povos", disse Bolsonaro.
"Tenho muita coisa em comum com o sr. Trump. Isso para mim é motivo de orgulho e satisfação. Ele quer uma América grande, e eu também quero um Brasil grande. Pode ter certeza, a partir deste momento aqui, o Brasil estará mais do que nunca mais engajado com o nosso Estados Unidos. Isso, no meu entender, é motivo de orgulho e satisfação para os nossos povos."
Por sua vez, o líder americano disse que era uma "grande honra" receber Bolsonaro. "Ele liderou uma das campanhas mais impressionantes de todos os tempos e que fez algumas pessoas se lembrarem da minha campanha", disse Trump.
"O Brasil é um grande amigo. Provavelmente por causa da relação que nós temos, Brasil e Estados Unidos nunca estiveram tão próximos quanto estão agora."
Promessas de aumento da relação comercial entre os dois países
Questionado sobre o acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos sobre a base de Alcântara, Trump disse estar trabalhando em "diferentes instalações e opções militares" e também na questão de concessão de vistos para que "tudo corra mais fácil".
O presidente americano afirmou ainda que "um dos grandes elementos da relação é o comércio".
"O Brasil faz ótimos produtos. Os Estados Unidos fazem grandes produtos, e nosso comércio nunca foi tão bom quanto poderia no passado. Em alguns casos, poderia ser muito, muito melhor", disse Trump.
"Então, acho que nossa relação comercial com o Brasil vai crescer em ambas as direções, e esperamos por isso. Acho que é uma das coisas que o Brasil gostaria de ver acontecer."
Os presidentes trocaram camisas das seleções de futebol dos dois países e falaram sobre Pelé.
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