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A estudante russa que descobriu 5 ilhas desconhecidas no Ártico

Marina Migunova fez a descoberta por meio do estudo de imagens de satélite. - GUMRF.RU
Marina Migunova fez a descoberta por meio do estudo de imagens de satélite. Imagem: GUMRF.RU

Redação - BBC News Mundo

02/09/2019 07h56

Uma expedição russa pelo Ártico confirmou a descoberta de Marina Migunova. O derretimento das geleiras devido ao aquecimento global está gerando mudanças nos mapas e na descoberta de novas terras.

As horas que Marina Migunova passou analisando imagens de satélite de uma geleira no norte da Rússia valeram a pena: ela encontrou cinco ilhas desconhecidas.

A jovem estudante fez a descoberta em 2016, mas a localização e extensão foram confirmadas recentemente pelo mapeamento cartográfico feito por uma expedição no arquipélago de Nova Zembla, na região do Ártico.

As ilhas estavam escondidas sob a geleira Nansen (também conhecida como Vylka) que entrou no processo de degelo nos últimos anos devido ao aquecimento global.

Migunova fez a descoberta durante seus estudos na Academia Marítima do Estado "Almirante Makarov", em São Petersburgo, Rússia.

O aquecimento global fez com que várias geleiras derretessem no Ártico, o que está levando a constantes modificações nos mapas da região.

As ilhas encontradas por Migunova têm entre 900 e 54.500 metros quadrados.

Zona de interesse

Durante a Guerra Fria, o exército soviético testou bombas de hidrogênio naquela região remota, incluindo a chamada "Bomba Tsar", a maior já detonada.

O derretimento do gelo do Ártico está abrindo a navegação na região por períodos mais longos em uma área onde a Rússia tem importantes interesses comerciais e militares.

Migunova recebeu um diploma honorário especial da Sociedade Hidrográfica Russa por sua descoberta.

Atualmente, ela é engenheira oceanográfica naval da frota do norte da Rússia.

A academia diz que está fazendo uso intensivo de fotos de satélite para registrar mudanças nas regiões costeiras, como nos arquipélagos árticos de Nova Zembla e Francisco José Land.

A academia diz que seus especialistas encontraram mais de 30 novas ilhas, cabos e baías nessa área entre 2015-2018.