Putin: não há evidências de que presidente russo esteja doente, diz CIA
William Burns, diretor da agência, disse que não há sinais de que boatos de problemas de saúde de Putin sejam verdadeiros.
Não há evidências de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteja com problemas de saúde, afirmou William Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência americana.
Tem havido uma crescente especulação de que Putin, que completa 70 anos este ano, poderia estar enfrentando problemas de saúde, possivelmente um câncer. No entanto, nada foi confirmado.
Mas Burns disse que não havia evidências que indicavam isso. E ainda brincou que Putin parece estar "muito saudável".
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"Há muitos boatos sobre a saúde do presidente Putin e, até onde sabemos, ele está muito saudável", disse Burns na conferência Aspen Security Forum, no Estado americano do Colorado. Em meio a risadas da plateia, ele acrescentou que esse não era um julgamento formal de inteligência.
Burns, que serviu como embaixador em Moscou, disse que conhece o líder russo há mais de duas décadas.
Putin é "um grande adepto do controle, intimidação e vingança" e essas características pioraram na última década, à medida que seu círculo de conselheiros encolheu, disse o chefe da CIA.
"Ele está convencido de que seu destino como líder da Rússia é restaurar a Rússia como uma grande potência. Ele acredita que a chave para fazer isso é recriar uma esfera de influência na vizinhança da Rússia e não pode fazer isso sem controlar a Ucrânia."
Burns viajou a Moscou em novembro para alertar sobre as sérias consequências da invasão da Ucrânia após informações que os EUA coletaram sobre os planos da Rússia. Mas o diretor da CIA disse que saiu "mais perturbado do que quando cheguei".
Os planos do presidente russo foram baseados em "suposições profundamente falhas e algumas ilusões reais, especialmente sobre a Ucrânia e a vontade de resistir", disse Burns.
"Putin realmente acredita em sua retórica. Eu o ouvi dizer em âmbito privado ao longo dos anos que a Ucrânia não é um país de verdade. Bem, os países de verdade reagem. E foi isso que os ucranianos fizeram."
Os EUA estimam que as baixas russas na Ucrânia chegaram a 15 mil mortos e talvez 45 mil feridos, segundo Burns.
Ele afirma que a atual concentração de forças da Rússia no Donbas indica que os militares aprenderam duras lições.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, alegando falsamente que cidadãos de origem russa na região de Donbas, no leste da Ucrânia, haviam sofrido um genocídio e que precisavam ser libertados.
Cinco meses depois, ocupou partes do leste e do sul do país, mas fracassou em seu objetivo original de capturar a capital Kiev e desde então vem afirmando que seu principal objetivo sempre foi a libertação de Donbas.
Os EUA acusam os russos de tentar anexar partes da Ucrânia e anunciaram que pretendem aumentar o fornecimento de armas de longo alcance para a resistência.
Na quarta-feira (21/7), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, deu a entender que o fornecimento de armas de longo alcance pelos EUA poderia ampliar o foco militar de Moscou na Ucrânia.
A Ucrânia receberá quatro sistemas avançados de foguetes Himars para conter o avanço das tropas russas, elevando o número total para 16, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62251166
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