Eleições 2022: Brasileiros enfrentam longas filas para votar no exterior
Em Londres, Portugal, França e Irlanda, a espera chegou a ultrapassar duas horas. Há 697 mil brasileiros registrados para votar no exterior, um crescimento de quase 40% em relação à eleição de 2018.
Brasileiros que vivem no exterior enfrentaram longas filas para votar na eleição deste domingo (2). A espera para chegar às urnas ultrapassava uma hora em países como França, Irlanda, Inglaterra e Portugal.
Há 697 mil brasileiros registrados para votar no exterior na eleição deste ano- um crescimento de quase 40% na comparação com a eleição de 2018. A votação ocorre em 181 cidades pelo mundo, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os países com maior número de eleitores registrados são Estados Unidos, Portugal, Japão, Reino Unido, Itália e Alemanha.
Em Londres, onde há 34,4 mil brasileiros registrados para votar, a demora chegou a ultrapassar duas horas em alguns momentos do dia. A fila dava voltas no quarteirão do West London College, escola no bairro de Hammersmith onde ocorreu a votação.
Apesar da demora, brasileiros relataram que o esquema esse ano foi mais organizado que em 2018, quando a votação ocorreu na Embaixada do Brasil.
"Esse ano o esquema da votação foi bem mais organizado, a escola era grande, com três entradas diferentes para votar. Quando cheguei a minha seção tinha bastante fila, mas estava organizado. Achei o clima desse ano bem mais tranquilo. Tinha manifestação dos dois lados, mas um clima tranquilo, sem conflitos", contou à BBC News Brasil a brasileira Mariana Mesanelli Nunes, que mora há mais de cinco anos na Inglaterra.
"Antes de ir, eu conversei com várias mulheres e muitas estavam com medo de usar roupas vermelhas, com medo de represália. Vi que muita gente estava com roupas mais discretas, mas no final das contas não houve violência. Vi que cada um estava no seu quadrado, se manifestando tranquilamente."
Em Paris, a fila é tão grande que os eleitores foram informados que provavelmente terão que estender o horário de votação para além das 17h.
"Aqui já avisaram que não vai dar tempo de todo mundo votar antes das 17h. Vão distribuir senhas para quem estiver na fila conseguir votar depois do horário", relatou a brasileira Ana Paula Andreolla, que mora em Paris.
Em Lisboa, o brasileiro Caio Abib já estava havia mais de duas horas na fila quando falou com a BBC News Brasil. Em Portugal, há 45,2 mil brasileiros registrados para votar- é a cidade no exterior com a maior concentração de eleitores.
"Tem muita gente. Acho que vamos ficar pelo menos três horas aqui até chegar à urna, porque de onde eu estou nem dá para ver o final da fila. Mas, pelo menos, até agora eu não vi confusão. Está civilizado, um clima tranquilo", disse Abib.
Em Dublin, capital da Irlanda, quem saiu de casa para votar também enfrentou mais de duas horas de espera. "Aqui são 12 mil brasileiros para votar. Só tem um local de votação, com 16 urnas, então está demorando cerca de duas horas. No meu caso, acho que vai demorar um pouco mais", contou a brasileira Fernanda de Andrade, que também estava na fila quando conversou com a BBC News Brasil.
Em Oslo, na Noruega, uma brasileira contou que demorou 40 minutos para votar. Em Washington, nos Estados Unidos, a demora era de cerca de 30 minutos. Em Nova York, o brasileiro Nei Valente relatou que quem estava com o e-título conseguiu votar em 30 minutos. Para quem estava sem o e-título, a fila era de cerca de uma hora.
É nos EUA que está o maior número de brasileiros registrados para votar na eleição deste domingo. As cidades com maior concentração são Miami, com 40,1 mil, e Boston, com 37,1 mil, conforme informações do TSE. Em Montreal, no Canadá, a espera para votar variou de 15 minutos a 4 horas, dependendo da seção e horário.
"Demorou exatamente quatro horas para eu conseguir votar. Cheguei 9:40 e estava muito lotado. E eu só consegui votar às 13:40, exatamente. O mesário disse que tinha 800 pessoas só na minha seção da votação", contou à BBC News Brasil Hiran Albuquerque, de 38 anos, que mora há cinco anos em Montreal.
Rodrigo Mota, que mora em Roma, na Itália, disse que passou poucos minutos na fila. "Por aqui foi tudo tranquilo. Fui cedinho e votei em menos de 15 minutos. A movimentação do lado de fora era normal, com simpatizantes dos dois lados. Mas sem nenhuma algazarra", contou.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63109477
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