Analistas palestinos esperam redução na violência
da BBC, em Londres
A violência nos territórios palestinos deve diminuir agora que os principais líderes do Hamas e do Fatah pediram calma e mostraram disposição para negociações, segundo analistas palestinos ouvidos pela BBC Brasil.
O professor de ciência política da Universidade Birzeit, de Ramallah (Cisjordânia), Samir Awad, acredita que os dois lados terão que resolver as divergências em relação à convocação antecipada das eleições parlamentares - proposta do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas (Fatah), que enfrenta a oposição do Hamas, que tem maioria na atual assembléia.
“Esses são os dois únicos grupos com peso na política palestina. Se o Hamas boicotar as eleições o Fatah não vai ter adversário, não vai significar nada”, disse Awad.
Para o pesquisador do Centro Palestino de Resolução de Conflitos, de Gaza, Bassam Nasser, a pior opção possível é “ter agora uma eleição boicotada pelo Hamas”.
A proposta apresentada no sábado por Abbas de convocar eleições 11 meses depois de o Hamas ter conquistado a maioria parlamentar nas urnas foi qualificada como "golpe de Estado" pelo grupo e acirrou as tensões entre os dois grupos.
Após enfrentamentos de rua que levaram à morte de 11 pessoas nos últimos quatro dias, no entanto, Abbas e o primeiro-ministro Ismail Haniyah, do Hamas, fizeram apelos à reconciliação nacional nesta terça-feira.
Diferenças profundas
No discurso desta terça-feira, Abbas não recuou da posição de antecipar as eleições, mas pediu que todas as facções palestinas respeitem o cessar fogo acertado no domingo.
Horas depois o primeiro-ministro, Ismail Haniya, do Hamas fez um pronunciamento ao vivo na TV reafirmando sua oposição às eleições antecipadas mas dizendo que todos os palestinos “estão na mesma trincheira” e têm que parar imediatamente com os conflitos internos.
Ainda assim, os dois analistas dizem que as profundas diferenças existentes entre as facções palestinas podem explodir novamente em violência a qualquer momento.
O membro do Fatah e vice-ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestinam, Ahmed Sobeh, diz que o presidente Abbas não vê a convocação de eleições como uma medida imediata.
“O que o presidente Abbas disse é que há a possibilidade de termos que antecipar eleições se outras soluções não forem encontradas”, diz Sobeh.
Segundo o vice-ministro a opção preferida é a formação de um governo de unidade nacional. Mas embora esta também seja a proposta do Hamas, conseguir na prática costurar um acordo entre os dois grupos é muito dificil.
Bassam Nasser diz que o Fatah e o Hamas já deixaram claras diferenças ideológicas profundas que dificultam muito uma aliança consistente entre os dois grupos.
“O Hamas representa uma posição mais rígida, de resistência de princípio a toda a ocupação israelense”, explica.
“Já o Fatah adota uma postura de abertura maior à comunidade initernacional e de disposição para compromissos em nome da paz.”
O professor de ciência política da Universidade Birzeit, de Ramallah (Cisjordânia), Samir Awad, acredita que os dois lados terão que resolver as divergências em relação à convocação antecipada das eleições parlamentares - proposta do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas (Fatah), que enfrenta a oposição do Hamas, que tem maioria na atual assembléia.
“Esses são os dois únicos grupos com peso na política palestina. Se o Hamas boicotar as eleições o Fatah não vai ter adversário, não vai significar nada”, disse Awad.
Para o pesquisador do Centro Palestino de Resolução de Conflitos, de Gaza, Bassam Nasser, a pior opção possível é “ter agora uma eleição boicotada pelo Hamas”.
A proposta apresentada no sábado por Abbas de convocar eleições 11 meses depois de o Hamas ter conquistado a maioria parlamentar nas urnas foi qualificada como "golpe de Estado" pelo grupo e acirrou as tensões entre os dois grupos.
Após enfrentamentos de rua que levaram à morte de 11 pessoas nos últimos quatro dias, no entanto, Abbas e o primeiro-ministro Ismail Haniyah, do Hamas, fizeram apelos à reconciliação nacional nesta terça-feira.
Diferenças profundas
No discurso desta terça-feira, Abbas não recuou da posição de antecipar as eleições, mas pediu que todas as facções palestinas respeitem o cessar fogo acertado no domingo.
Horas depois o primeiro-ministro, Ismail Haniya, do Hamas fez um pronunciamento ao vivo na TV reafirmando sua oposição às eleições antecipadas mas dizendo que todos os palestinos “estão na mesma trincheira” e têm que parar imediatamente com os conflitos internos.
Ainda assim, os dois analistas dizem que as profundas diferenças existentes entre as facções palestinas podem explodir novamente em violência a qualquer momento.
O membro do Fatah e vice-ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestinam, Ahmed Sobeh, diz que o presidente Abbas não vê a convocação de eleições como uma medida imediata.
“O que o presidente Abbas disse é que há a possibilidade de termos que antecipar eleições se outras soluções não forem encontradas”, diz Sobeh.
Segundo o vice-ministro a opção preferida é a formação de um governo de unidade nacional. Mas embora esta também seja a proposta do Hamas, conseguir na prática costurar um acordo entre os dois grupos é muito dificil.
Bassam Nasser diz que o Fatah e o Hamas já deixaram claras diferenças ideológicas profundas que dificultam muito uma aliança consistente entre os dois grupos.
“O Hamas representa uma posição mais rígida, de resistência de princípio a toda a ocupação israelense”, explica.
“Já o Fatah adota uma postura de abertura maior à comunidade initernacional e de disposição para compromissos em nome da paz.”