Brasil e Rússia são os países para investir, diz jornal

da BBC, em Londres

O jornal espanhol Gaceta de los Negocios, traz, nesta terça-feira, uma matéria intitulada "Brasil e Rússia serão mais atraentes para investimento nas próximas décadas", citando declarações de empresários e dirigentes de associações de empresas espanholas.

“Brasil e Rússia são países-chave em qualquer estratégia sensata para o desenvolvimento e competitividade das empresas espanholas”, diz o presidente do Círculo dos Empresáriosda Espanha, em uma reunião ocorrida em Madri, em que se discutiam os horizontes econômicos das duas economias emergentes.

De acordo com a matéria da Gaceta, os empresários acham que a Espanha “não deveria perder a oportunidade de investir nos dois países, pois oferecem grandes possibilidades, como por exemplo, em matéria de infra-estrutura, setor em que as empresas espanholas detém a ponta”.

“O prognóstico do Círculo é de que Brasil e Rússia não só se manterão como potências emergentes como também, a médio prazo, devem se colocar entre os primeiros países do mundo. Entretanto, a Espanha, que tem a sua competitividade ‘erodida’, devia investir e incentivar o investimento privado, permitindo às empresas de aproveitar as possibilidades do futuro nessas duas economias”.

Impasse palestino

Em editorial publicado nesta terça-feira, “O Hamas quer a guerra civil”, o diário francês Le Figaro analisa a difícil situação em que a Autoridade Palestina se encontra e sobre a ameaça de uma guerra civil na região.

“Com a ameaça de convocar eleições antecipadas, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, demonstra sua impotência diante de uma guerra civil que vai se instalando pouco a pouco na Faixa de Gaza”, afirma o texto, que diz também que a situação vem piorando gradativamente desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares de janeiro passado.

“Com o passar dos meses, os confrontos entre grupos palestinos filiados ao Hamas ou ao Fatah [partido de Mahmoud Abbas] se tornaram crônicos e eliminaram qualquer esperança de se criar um Estado palestino. Para se reverter a situação, seria preciso tomar outra atitude ao invés de se convocar eleições, impossíveis de se organizar sem o aval do Conselho Legislativo dominado pelo Hamas e, especialmente, onde o resultado é imprevisível”.

O Figaro critica a hesitação de Abbas, que acabou não convocando, em maio passado, um referendo para decidir sobre um governo de coalizão que negociaria um processo de paz com Israel. Ao invés disso, afirma o editorial, Abbas se deixou envolver pelo comportamento do Hamas que, apoiado pelo dinheiro vindo do Irã, não tem nada a perder com a “lógica da confrontação”.

“O Hamas não vai abrir mão do poder conquistado a menos de um ano em uma eleição transparente, que se insere numa estratégia do Irã não apenas na Palestina, mas também no Líbano e no Iraque”, afirma.

Mudança de rumo no Irã

Editoriais de dois dos principais jornais britânicos abordaram, nesta terça, o resultado das eleições regionais no Irã, vistas como "derrota" para o presidente Mahmoud Ahmadinejad.

O Financial Times, no texto “Democracia Teocrática”, observa a imprevisibilidade que têm os regimes democráticos, mesmo em um país regido por uma teocracia, como o Irã.

“Derrotado por conservadores pragmáticos e ressuscitando os reformistas nas prefeituras pelo país, Ahmadinejad também perdeu a corrida para o Conselho dos Sábios – entidade de clérigos que dá assistência ao supremo líder do país”, diz o texto.

O FT diz também que Ahmadinejad foi punido nas urnas por falhar em empregar o dinheiro do petróleo para melhorar a vida de seus compatriotas em detrimento de “interesses criados pela Revolução de 1979”.

No Independent, o resultado também é visto como uma derrota para os políticos “linha-dura” do regime iraniano. “Para todos os efeitos, os ventos políticos no Irã parecem estar soprando em uma nova direção. A eleição do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani [para o Conselho dos Sábios] depois da derrota humilhante em 2005 é uma reviravolta impressionante”, diz o jornal.

“A derrota dos políticos linha-dura sugere que os iranianos prefeririam que seu governo tivesse uma postura menos ideológica de sua política. Na melhor das hipóteses, isso pode servir para que Ahmadinejad se encoraje a aceitar compromissos na questão nuclear".

"Na pior hipótese, pode fazer com que ele vá para a defensiva e fique mais teimoso do que antes. Será necessária uma ágil e bem direcionada diplomacia por parte do Ocidente para tirar proveitos dessa derrota eleitoral”, diz o Independent.

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