Conflito em Darfur é 'genocídio sem fronteiras', diz jornal
da BBC, em Londres
O conflito na província sudanesa de Darfur virou um "genocídio sem fronteiras", sustenta matéria do jornal britânico The Independent nesta quarta-feira.
Em matéria de capa, o jornal relata que a milícia Janjaweed, pró-governo, está cruzando a fronteira do Sudão com o vizinho Chade para atacar refugiados que tentam fugir da violência.
O enviado do jornal à região diz que estupros, mortes e queimadas são cenas "tragicamente familiares em Darfur, onde mais de 200 mil pessoas foram mortas e pelo menos dois milhões, brutalmente forçadas a deixar suas casas – um genocídio atiçado e sustentado pelo governo islâmico em Cartum".
"Mas este inferno dos homens está agora cruzando as planícies e ocorrendo na fronteira sudanesa com o Chade."
Em editorial que acompanha a matéria, o Independent afirma que a comunidade internacional deve direcionar mais recursos para ajudar os refugiados, e mobilizar até 20 mil soldados na fronteira entre o Sudão e o Chade.
"A presença (das tropas) trará estabilidade, e mandará o recado de que o mundo está pronto, às portas do Sudão, para cruzar a fronteira se Cartum permitir que a situação se deteriore ainda mais."
Síria
Em sua edição desta semana, a revista americana Newsweek questiona a idéia de que a Síria é um "parceiro-chave" para estabilizar a situação dos conflitos no Oriente Médio. Para o jornal, o regime do presidente Bashar al-Assad é, antes, um potencial "arruinador-chave" na região.
"Terrorismo palestino, guerras do Hezbollah, insurgência sunita no Iraque – o regime de Assad não pode controlar nenhuma dessas ameaças, mas pode piorar todas", escreve a revista.
Segundo o artigo, a estratégia síria é barganhar com a possibilidade de controlar suas fronteiras, "pelas quais insurgentes normalmente vão e vem impunemente".
"Para evitar mais prejuízo, é preciso pagar. O preço pode ser dinheiro, diálogo e, especialmente, respeito – que empresta legitimidade à ditadura", afirma a Newsweek.
No entanto, reconhece a revista, "é tamanha a consternação internacional em relação ao Iraque que qualquer força de estabilidade regional, mesmo um regime conduzido como Al Capone em Chicago, será provavelmente chamado a ajudar".
Líbia
Outro tema que freqüenta as páginas dos jornais nesta quarta-feira é a condenação à morte de cinco enfermeiras búlgaras e de um médico palestino, por terem supostamente infectado centenas de crianças líbias com o vírus do HIV.
Em editorial que espelha a abordagem da imprensa européia sobre o caso, o jornal britânico The Times diz que a condenação é um "ultraje", e que o regime do líder líbio Muamar Khadafi "perdeu a oportunidade de se envolver com o mundo externo".
"As acusações eram risíveis – de que os réus infectaram as crianças com vírus geneticamente modificados enquanto realizavam experiências para agências de inteligência estrangeiras. O julgamento foi uma grotesca farsa da justiça, sem evidências científicas ou testemunhos conclusivos de especialistas em Aids", descreve o Times.
"O veredicto é uma clara tentativa de usar enfermeiras estrangeiras como bodes expiatórios pelos fracassos e a negligência no hospital de Benghazi, onde as crianças foram infectadas."
Para o diário, o fato, somado a preocupações em relação às ambições militares do país, demonstra que "a reabilitação da Líbia não será rápida nem indolor".
Em matéria de capa, o jornal relata que a milícia Janjaweed, pró-governo, está cruzando a fronteira do Sudão com o vizinho Chade para atacar refugiados que tentam fugir da violência.
O enviado do jornal à região diz que estupros, mortes e queimadas são cenas "tragicamente familiares em Darfur, onde mais de 200 mil pessoas foram mortas e pelo menos dois milhões, brutalmente forçadas a deixar suas casas – um genocídio atiçado e sustentado pelo governo islâmico em Cartum".
"Mas este inferno dos homens está agora cruzando as planícies e ocorrendo na fronteira sudanesa com o Chade."
Em editorial que acompanha a matéria, o Independent afirma que a comunidade internacional deve direcionar mais recursos para ajudar os refugiados, e mobilizar até 20 mil soldados na fronteira entre o Sudão e o Chade.
"A presença (das tropas) trará estabilidade, e mandará o recado de que o mundo está pronto, às portas do Sudão, para cruzar a fronteira se Cartum permitir que a situação se deteriore ainda mais."
Síria
Em sua edição desta semana, a revista americana Newsweek questiona a idéia de que a Síria é um "parceiro-chave" para estabilizar a situação dos conflitos no Oriente Médio. Para o jornal, o regime do presidente Bashar al-Assad é, antes, um potencial "arruinador-chave" na região.
"Terrorismo palestino, guerras do Hezbollah, insurgência sunita no Iraque – o regime de Assad não pode controlar nenhuma dessas ameaças, mas pode piorar todas", escreve a revista.
Segundo o artigo, a estratégia síria é barganhar com a possibilidade de controlar suas fronteiras, "pelas quais insurgentes normalmente vão e vem impunemente".
"Para evitar mais prejuízo, é preciso pagar. O preço pode ser dinheiro, diálogo e, especialmente, respeito – que empresta legitimidade à ditadura", afirma a Newsweek.
No entanto, reconhece a revista, "é tamanha a consternação internacional em relação ao Iraque que qualquer força de estabilidade regional, mesmo um regime conduzido como Al Capone em Chicago, será provavelmente chamado a ajudar".
Líbia
Outro tema que freqüenta as páginas dos jornais nesta quarta-feira é a condenação à morte de cinco enfermeiras búlgaras e de um médico palestino, por terem supostamente infectado centenas de crianças líbias com o vírus do HIV.
Em editorial que espelha a abordagem da imprensa européia sobre o caso, o jornal britânico The Times diz que a condenação é um "ultraje", e que o regime do líder líbio Muamar Khadafi "perdeu a oportunidade de se envolver com o mundo externo".
"As acusações eram risíveis – de que os réus infectaram as crianças com vírus geneticamente modificados enquanto realizavam experiências para agências de inteligência estrangeiras. O julgamento foi uma grotesca farsa da justiça, sem evidências científicas ou testemunhos conclusivos de especialistas em Aids", descreve o Times.
"O veredicto é uma clara tentativa de usar enfermeiras estrangeiras como bodes expiatórios pelos fracassos e a negligência no hospital de Benghazi, onde as crianças foram infectadas."
Para o diário, o fato, somado a preocupações em relação às ambições militares do país, demonstra que "a reabilitação da Líbia não será rápida nem indolor".