Greve deixa Itália sem jornais por cinco dias
da BBC, em Londres
Pela primeira vez na história da Itália, os principais jornais do país ficarão cinco dias sem sair nas bancas, a partir desta sexta-feira, por causa de uma greve dos jornalistas.
Os jornalistas italianos estão em greve como forma de protesto contra os editores, que, segundo os sindicatos, se recusam a negociar novas regras e garantias para o setor da informação. A queda de braço dura dois anos e registrou 18 dias de greve até agora.
"Apresentamos uma plataforma com 77 reivindicações, entre elas aumento salarial, mas as negociações se bloquearam por causa do item que pede regras e direitos mínimos para os jornalistas autônomos ou freelancers", afirma Renzo Santelli, da Federação Italiana de Imprensa, em entrevista à BBC Brasil.
"Nunca aconteceu que os jornalistas italianos, em sua historia, tivessem que fazer greve por três dias conseutivos", afirma Santelli.
Os três dias de greve, mais dois de festividades por causa do Natal, quando normalmente os jornais não são publicados na Itália, totalizam cinco dias sem os principais diários do país nas bancas.
Entre os jornais que não serão publicados nos próximos cinco dias estão o Corriere della Sera, La Repubblica e La Stampa.
Agências de notícias, assessorias de imprensa e edições online dos jornais também aderem à greve.
Papel
Em uma carta aberta aos leitores, a Federação dos Editores de Jornais (Fieg, na sigla em italiano), afirma que, no centro da discórdia, há reivindicações que "pretendem modificar o papel e o peso de diretores e editores, relegando-os a meros pagadores, e transformar a disciplina do trabalho autônomo".
Na avaliação do porta-voz da Federação da Imprensa, no entanto, os editores querem ter liberdade para agir e contratar profissionais sem oferecer nenhum tipo de garantia como contrapartida, colocando em risco a qualidade e a liberdade de informação.
"Eles consideram nosso contrato nacional rígido e acham que temos muitas garantias. Preferem um sistema sem regras", disse o porta-voz Santelli.
A Federação da Imprensa afirmou, em um comunicado, que está disposta a colaborar para "garantir um perfil pluralista e equilibrado a um setor que está atravessando profundas transformações".
A entidade, no entanto, defende a "dignidade" dos profissionais e reivindica garantias de independência na mídia.
De acordo com o comunicado, a situação no setor da informação na Itália pode se tornar "uma emergência democrática".
Segundo a Federação da Imprensa, fundada em 1908, há 12,5 mil jornalistas profissionais com contrato na Itália e 30 mil que trabalham sem as garantias previstas pelo contrato nacional da categoria.
Risco
O presidente da Fieg, Boris Bianchieri, define a situação dos editores na Itália como grave. Ele compara o caso com a crise que atravessa a companhia aérea Alitalia e acena para o risco de falência.
"O setor deve ser reestruturado, caso contrário, em poucos anos, sem medidas sérias, corre o risco de acabar como outros setores de interesse público, podendo ser fechado", declarou Bianchieri, após um dabate na Câmara dos Deputados.
Os editores apontam para as profundas mudanças no setor e para a conseqüente necessidade de grandes investimentos.
"É uma revolução em todo o mundo. Em muitos países, jornais foram fechados e muitos jornalistas ficaram sem trabalho", diz uma nota da Fieg, que acusa os sindicatos de jornalistas de defender um "esquema velho e tradicional de rigidez e condicionamentos organizativos".
Para Renzo Santelli, o aumento da publicidade nos jornais e televisões é uma demonstração de que problemas econômicos não são o motivo da crise.
"Muitos editores não têm interesse específico no setor, eles querem é ganhar com a publicidade. Neste ano, as grandes empresas editoriais registraram um incremento publicitário de 4% para os jornais e muito mais para a TVs. Então, o problema não pode ser econômico."
Os jornalistas italianos estão em greve como forma de protesto contra os editores, que, segundo os sindicatos, se recusam a negociar novas regras e garantias para o setor da informação. A queda de braço dura dois anos e registrou 18 dias de greve até agora.
"Apresentamos uma plataforma com 77 reivindicações, entre elas aumento salarial, mas as negociações se bloquearam por causa do item que pede regras e direitos mínimos para os jornalistas autônomos ou freelancers", afirma Renzo Santelli, da Federação Italiana de Imprensa, em entrevista à BBC Brasil.
"Nunca aconteceu que os jornalistas italianos, em sua historia, tivessem que fazer greve por três dias conseutivos", afirma Santelli.
Os três dias de greve, mais dois de festividades por causa do Natal, quando normalmente os jornais não são publicados na Itália, totalizam cinco dias sem os principais diários do país nas bancas.
Entre os jornais que não serão publicados nos próximos cinco dias estão o Corriere della Sera, La Repubblica e La Stampa.
Agências de notícias, assessorias de imprensa e edições online dos jornais também aderem à greve.
Papel
Em uma carta aberta aos leitores, a Federação dos Editores de Jornais (Fieg, na sigla em italiano), afirma que, no centro da discórdia, há reivindicações que "pretendem modificar o papel e o peso de diretores e editores, relegando-os a meros pagadores, e transformar a disciplina do trabalho autônomo".
Na avaliação do porta-voz da Federação da Imprensa, no entanto, os editores querem ter liberdade para agir e contratar profissionais sem oferecer nenhum tipo de garantia como contrapartida, colocando em risco a qualidade e a liberdade de informação.
"Eles consideram nosso contrato nacional rígido e acham que temos muitas garantias. Preferem um sistema sem regras", disse o porta-voz Santelli.
A Federação da Imprensa afirmou, em um comunicado, que está disposta a colaborar para "garantir um perfil pluralista e equilibrado a um setor que está atravessando profundas transformações".
A entidade, no entanto, defende a "dignidade" dos profissionais e reivindica garantias de independência na mídia.
De acordo com o comunicado, a situação no setor da informação na Itália pode se tornar "uma emergência democrática".
Segundo a Federação da Imprensa, fundada em 1908, há 12,5 mil jornalistas profissionais com contrato na Itália e 30 mil que trabalham sem as garantias previstas pelo contrato nacional da categoria.
Risco
O presidente da Fieg, Boris Bianchieri, define a situação dos editores na Itália como grave. Ele compara o caso com a crise que atravessa a companhia aérea Alitalia e acena para o risco de falência.
"O setor deve ser reestruturado, caso contrário, em poucos anos, sem medidas sérias, corre o risco de acabar como outros setores de interesse público, podendo ser fechado", declarou Bianchieri, após um dabate na Câmara dos Deputados.
Os editores apontam para as profundas mudanças no setor e para a conseqüente necessidade de grandes investimentos.
"É uma revolução em todo o mundo. Em muitos países, jornais foram fechados e muitos jornalistas ficaram sem trabalho", diz uma nota da Fieg, que acusa os sindicatos de jornalistas de defender um "esquema velho e tradicional de rigidez e condicionamentos organizativos".
Para Renzo Santelli, o aumento da publicidade nos jornais e televisões é uma demonstração de que problemas econômicos não são o motivo da crise.
"Muitos editores não têm interesse específico no setor, eles querem é ganhar com a publicidade. Neste ano, as grandes empresas editoriais registraram um incremento publicitário de 4% para os jornais e muito mais para a TVs. Então, o problema não pode ser econômico."