Subsídios agrícolas sustentam ricos nos EUA, diz 'Post'
da BBC, em Londres
Em vez de ajudar pequenos fazendeiros, os subsídios agrícolas distribuídos pelo governo dos Estados Unidos alimentam "grandes negócios", avalia matéria do jornal Washington Post nesta quinta-feira.
"A sustentação do sistema multibilionário de subsídios federais agrícolas é a imagem de um batalhador fazendeiro familiar: pequeno, impotente diante da Mãe Natureza, ligado à terra por laços sanguíneos."
"Esta imagem assegura anualmente bilhões do que um produtor chamou de 'pagamentos por empatia' aos fazendeiros. Mas é enganosa", diz o texto.
Segundo o Washington Post, apenas 7% das propriedades recebem mais da metade dos cerca de US$ 25 bilhões (R$ 55 bilhões) distribuídos anualmente pelo governo americano.
A hesitação americana em reduzir esse nível de ajuda foi uma das razões que levaram à suspensão da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial, em julho deste ano.
O Post contraria o argumento de que os subsídios são necessários para "salvar famílias": os recursos funcionam contra os pequenos produtores, inflacionando o preço da terra e obrigando cortes no número de empregos, diz o jornal.
Liderança brasileira
O uruguaio El Observador afirma que o Brasil "parece começar a assumir sua liderança", ao propor regras diferenciadas para os sócios menores do Mercosul, Uruguai e Paraguai, que reclamam da rigidez das regras do bloco.
O diário cita declarações do chanceler uruguaio Reinaldo Gargano, segundo o qual o Brasil propôs que os dois países possam fabricar produtos com mais componentes importados que o permitido aos sócios maiores do bloco.
Produtos feitos nos dois sócios menores poderiam conter até 75% de insumos estrangeiros, quase o dobro do nível atual, e ainda assim gozar de preferências tarifárias dentro do Mercosul, disse o chanceler, segundo o jornal.
Críticos acusam o Brasil de tentar exercer uma "liderança sem custos" – isto é, sem oferecer contrapartidas aos países menores – dentro da América do Sul.
Na semana passada, o ministro uruguaio da Economia, Danilo Astori, afirmou que o Brasil "lavou as mãos" na disputa entre o Uruguai e a Argentina em relação à construção de uma fábrica de papéis na fronteira entre os dois países.
O conflito foi mediado pela Espanha.
Tony Blair
Jornais britânicos avaliaram negativamente a viagem do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, ao Oriente Médio, que terminou na quarta-feira.
"Se a natureza intrincada das dificuldades da região desapontou muitos homens de Estado antes dele, o abismo entre as ambições do primeiro-ministro e suas conquistas foi particularmente chocante", escreveu o diário econômico Financial Times.
Para o jornal, o líder britânico já não é uma força no Oriente Médio, porque "perdeu a influência de outrora sobre os Estados Unidos e a União Européia".
Distintas reações dos EUA e da Grã-Bretanha a uma possível retirada de tropas do Iraque e em relação às soluções para apaziguar o Oriente Médio demonstram que os dois países estão mais distantes que nunca, sugere o jornal.
Menos condescendente, o diário The Independent avaliou que a viagem foi relegada ao segundo plano "pela percepção de que o relacionamento com o presidente (americano), George W. Bush, é de 'uma só mão'".
Para o Independent, o presidente americano fez uma "lavagem cerebral" em seu equivalente britânico, convencendo-o a manter tropas no Iraque por período mais longo do que ele gostaria.
"A sustentação do sistema multibilionário de subsídios federais agrícolas é a imagem de um batalhador fazendeiro familiar: pequeno, impotente diante da Mãe Natureza, ligado à terra por laços sanguíneos."
"Esta imagem assegura anualmente bilhões do que um produtor chamou de 'pagamentos por empatia' aos fazendeiros. Mas é enganosa", diz o texto.
Segundo o Washington Post, apenas 7% das propriedades recebem mais da metade dos cerca de US$ 25 bilhões (R$ 55 bilhões) distribuídos anualmente pelo governo americano.
A hesitação americana em reduzir esse nível de ajuda foi uma das razões que levaram à suspensão da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial, em julho deste ano.
O Post contraria o argumento de que os subsídios são necessários para "salvar famílias": os recursos funcionam contra os pequenos produtores, inflacionando o preço da terra e obrigando cortes no número de empregos, diz o jornal.
Liderança brasileira
O uruguaio El Observador afirma que o Brasil "parece começar a assumir sua liderança", ao propor regras diferenciadas para os sócios menores do Mercosul, Uruguai e Paraguai, que reclamam da rigidez das regras do bloco.
O diário cita declarações do chanceler uruguaio Reinaldo Gargano, segundo o qual o Brasil propôs que os dois países possam fabricar produtos com mais componentes importados que o permitido aos sócios maiores do bloco.
Produtos feitos nos dois sócios menores poderiam conter até 75% de insumos estrangeiros, quase o dobro do nível atual, e ainda assim gozar de preferências tarifárias dentro do Mercosul, disse o chanceler, segundo o jornal.
Críticos acusam o Brasil de tentar exercer uma "liderança sem custos" – isto é, sem oferecer contrapartidas aos países menores – dentro da América do Sul.
Na semana passada, o ministro uruguaio da Economia, Danilo Astori, afirmou que o Brasil "lavou as mãos" na disputa entre o Uruguai e a Argentina em relação à construção de uma fábrica de papéis na fronteira entre os dois países.
O conflito foi mediado pela Espanha.
Tony Blair
Jornais britânicos avaliaram negativamente a viagem do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, ao Oriente Médio, que terminou na quarta-feira.
"Se a natureza intrincada das dificuldades da região desapontou muitos homens de Estado antes dele, o abismo entre as ambições do primeiro-ministro e suas conquistas foi particularmente chocante", escreveu o diário econômico Financial Times.
Para o jornal, o líder britânico já não é uma força no Oriente Médio, porque "perdeu a influência de outrora sobre os Estados Unidos e a União Européia".
Distintas reações dos EUA e da Grã-Bretanha a uma possível retirada de tropas do Iraque e em relação às soluções para apaziguar o Oriente Médio demonstram que os dois países estão mais distantes que nunca, sugere o jornal.
Menos condescendente, o diário The Independent avaliou que a viagem foi relegada ao segundo plano "pela percepção de que o relacionamento com o presidente (americano), George W. Bush, é de 'uma só mão'".
Para o Independent, o presidente americano fez uma "lavagem cerebral" em seu equivalente britânico, convencendo-o a manter tropas no Iraque por período mais longo do que ele gostaria.