Milagre duplo confirma santidade de frei Galvão
da BBC, em Londres
Por ter seu segundo milagre confirmado pelo Vaticano nesta sexta-feira, o frei Galvão deve se tornar o primeiro santo nascido no Brasil.
O novo milagre atribuído a ele, e reconhecido pelo papa Bento 16, foi ter salvo a vida de uma mãe e seu bebê em São Paulo, em 1999, 177 anos após a sua morte.
Invocado por orações, o frei Antonio de Sant’Anna Galvão teria intercedido para que o parto de alto risco fosse bem-sucedido.
A cerimônia de canonização de frei Galvão poderá acontecer durante a visita do Pontífice ao Brasil, em maio do ano que vem.
O milagre
Sandra Grossi de Almeida e seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, que atualmente moram em Brasília, corriam risco de vida.
A postuladora da causa de canonização de frei Galvão, irmã Célia Cadorim, disse que foi a intervenção do religioso que salvou a vida dos dois.
Sandra tinha dificuldade para engravidar por causa de um problema no útero, que lhe provocou três abortos espontâneos entre 1993 e 1994, de acordo com o relatório apresentado por irmã Célia aos examinadores da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano.
"Ela tinha útero bicorne, com duas cavidades de dimensões muito pequenas e assimétricas, como se fosse uma parede. Com tal formação, não corrigida cirurgicamente, era impossível levar a termo qualquer gravidez, pois o feto não tinha espaço suficiente para crescer e se formar", explica irma Célia.
Nesta situação, Sandra voltou a ficar grávida em 1999.
Em agosto, sua ginecologista, Dra. Vera Lucia Delascio Lopes, fez uma "cerclagem cervical" preventiva, para evitar o fim de outra gravidez.
A gravidez era julgada de altíssimo risco - o parto seria muito prematuro e, além disso, úteros malformados podem provocar sangramentos maiores.
"Sandra sabia que, no momento do parto, poderia ter uma hemorragia e morrer", diz irmã Célia.
Apesar de o prognóstico médico ser de provável interrupção da gravidez, ou de que ela atingisse no máximo o 5° mês, a gestação evoluiu normalmente até a 32° semana.
Neste período, Sandra fez repouso absoluto de junho a novembro de 1999, internada na maternidade Pro Matre de São Paulo.
O parto cesariano foi realizado no dia 11 de dezembro, depois da ruptura da bolsa e de oligoamnio severo, isto é, perda do líquido amniótico. Não houve, entretanto, complicações.
A criança nasceu pesando quase dois quilos e medindo 42 cm. Apresentava problemas respiratórios, com doença das “membranas hialinas”, classificada como sendo de 4° grau, isto é, o mais grave, o que colocava em risco sua vida.
"O quadro teve uma evolução muito rápida e a criança foi extubada no dia 12, recebendo alta no dia 19 de dezembro", diz o relatorio da postuladora que acompanhou o caso do frei Galvão.
Especialistas médicos e teólogos consultados durante o processo de canonização de frei Galvão disseram que o sucesso do caso, considerado raro, deve ser atribuido à intervenção do beato brasileiro.
"Desde o início e durante toda a gravidez, ele foi invocado pela família com muita oração e por Sandra que, além de fazer novenas, tomou as 'pílulas de frei Galvão'", afirma Célia.
Mosteiro da Luz
O religioso, que nasceu em Guaratinguetá, interior de São Paulo, e viveu na capital entre 1762 e 1822, ficou conhecido por suas "pílulas", pedacinhos de papel com uma oração à Nossa Senhora que, ingeridas, teriam o dom de curar pessoas com doenças renais e mulheres com problemas de gravidez.
O frade franciscano, fundador do mosteiro da Luz, em São Paulo, havia sido declarado beato pelo papa Joao Paulo 2° em 1998. Para ser declarado santo, era necessária a comprovação de um segundo milagre.
O caso de Sandra foi levado à Curia de São Paulo para o processo diocesano, em 2004, sendo analisado por sete médicos brasileiros e cinco do Vaticano.
No mesmo ano, foi considerado válido pela Congregação da Causa dos Santos, que havia examinado outros seis casos, apresentados pela postuladora da causa de frei Galvão.
O papa Bento 16 autorizou a promulgação do decreto de reconhecimento do milagre no dia 16 de dezembro.
O novo milagre atribuído a ele, e reconhecido pelo papa Bento 16, foi ter salvo a vida de uma mãe e seu bebê em São Paulo, em 1999, 177 anos após a sua morte.
Invocado por orações, o frei Antonio de Sant’Anna Galvão teria intercedido para que o parto de alto risco fosse bem-sucedido.
A cerimônia de canonização de frei Galvão poderá acontecer durante a visita do Pontífice ao Brasil, em maio do ano que vem.
O milagre
Sandra Grossi de Almeida e seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, que atualmente moram em Brasília, corriam risco de vida.
A postuladora da causa de canonização de frei Galvão, irmã Célia Cadorim, disse que foi a intervenção do religioso que salvou a vida dos dois.
Sandra tinha dificuldade para engravidar por causa de um problema no útero, que lhe provocou três abortos espontâneos entre 1993 e 1994, de acordo com o relatório apresentado por irmã Célia aos examinadores da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano.
"Ela tinha útero bicorne, com duas cavidades de dimensões muito pequenas e assimétricas, como se fosse uma parede. Com tal formação, não corrigida cirurgicamente, era impossível levar a termo qualquer gravidez, pois o feto não tinha espaço suficiente para crescer e se formar", explica irma Célia.
Nesta situação, Sandra voltou a ficar grávida em 1999.
Em agosto, sua ginecologista, Dra. Vera Lucia Delascio Lopes, fez uma "cerclagem cervical" preventiva, para evitar o fim de outra gravidez.
A gravidez era julgada de altíssimo risco - o parto seria muito prematuro e, além disso, úteros malformados podem provocar sangramentos maiores.
"Sandra sabia que, no momento do parto, poderia ter uma hemorragia e morrer", diz irmã Célia.
Apesar de o prognóstico médico ser de provável interrupção da gravidez, ou de que ela atingisse no máximo o 5° mês, a gestação evoluiu normalmente até a 32° semana.
Neste período, Sandra fez repouso absoluto de junho a novembro de 1999, internada na maternidade Pro Matre de São Paulo.
O parto cesariano foi realizado no dia 11 de dezembro, depois da ruptura da bolsa e de oligoamnio severo, isto é, perda do líquido amniótico. Não houve, entretanto, complicações.
A criança nasceu pesando quase dois quilos e medindo 42 cm. Apresentava problemas respiratórios, com doença das “membranas hialinas”, classificada como sendo de 4° grau, isto é, o mais grave, o que colocava em risco sua vida.
"O quadro teve uma evolução muito rápida e a criança foi extubada no dia 12, recebendo alta no dia 19 de dezembro", diz o relatorio da postuladora que acompanhou o caso do frei Galvão.
Especialistas médicos e teólogos consultados durante o processo de canonização de frei Galvão disseram que o sucesso do caso, considerado raro, deve ser atribuido à intervenção do beato brasileiro.
"Desde o início e durante toda a gravidez, ele foi invocado pela família com muita oração e por Sandra que, além de fazer novenas, tomou as 'pílulas de frei Galvão'", afirma Célia.
Mosteiro da Luz
O religioso, que nasceu em Guaratinguetá, interior de São Paulo, e viveu na capital entre 1762 e 1822, ficou conhecido por suas "pílulas", pedacinhos de papel com uma oração à Nossa Senhora que, ingeridas, teriam o dom de curar pessoas com doenças renais e mulheres com problemas de gravidez.
O frade franciscano, fundador do mosteiro da Luz, em São Paulo, havia sido declarado beato pelo papa Joao Paulo 2° em 1998. Para ser declarado santo, era necessária a comprovação de um segundo milagre.
O caso de Sandra foi levado à Curia de São Paulo para o processo diocesano, em 2004, sendo analisado por sete médicos brasileiros e cinco do Vaticano.
No mesmo ano, foi considerado válido pela Congregação da Causa dos Santos, que havia examinado outros seis casos, apresentados pela postuladora da causa de frei Galvão.
O papa Bento 16 autorizou a promulgação do decreto de reconhecimento do milagre no dia 16 de dezembro.