Exército chileno rejeita cinzas de Pinochet
da BBC, em Londres
Quase 20 dias depois da morte do general Auguto Pinochet, a imprensa chilena revelou que o Exército negou pedido da família para depositar suas cinzas em algum lugar de honra da instituição militar.
Pinochet serviu quase toda a vida no Exército até chegar à Presidência, depois de liderar um sangrento golpe contra o governo do presidente socialista Salvador Allende em 1973.
Segundo o jornal chileno La Nación, o atual chefe do Exército, Oscar Izurieta, rejeitou o apelo da família de colocar as cinzas de Pinochet na Escola Militar – instituição da elite no Chile e onde seu corpo foi velado durante dois dias. Izurieta também disse não à possibilidade de que as cinzas fossem depositadas em qualquer outro endereço do Exército.
No governo do presidente Ricardo Lagos, antecessor da presidente Michelle Bachelet, já se havia descartado, de acordo com a imprensa chilena, que Pinochet tivesse uma tumba “napoleônica”, como sonhara, na mesma Escola Militar.
A poucos dias da morte de Pinochet, no início deste mês, Izurieta teria sugerido que as cinzas do homem que governou o país durante 17 anos fossem jogadas na “Carretera Austral” (estrada Austral), construída em sua administração.
Sua mulher, Lucía Hiriart, e seus filhos recusaram a oferta. Sem mais alternativas, a família de Pinochet optou por deixar as cinzas no sítio “Los Boldos”, onde passaram longas temporadas quando ele estava vivo. Ali, os restos do general estão sendo vigiados por soldados do Exército.
Pinochet foi cremado depois do velório na Escola Militar, onde seguidores fizeram fila para ver seu corpo.
Divisão
A morte do general mostrou que o Chile continua um país dividido entre “pinochetistas” e “anti-pinochetistas”, 16 anos depois da volta da democracia.
As organizações de direitos humanos estimam que este país com cerca de 15 milhões de habitantes teve 3 mil desaparecidos políticos e outros milhares de torturados durante a gestão de Pinochet (1973-1990).
A presidente chilena e sua mãe, Ángela Jeria, foram torturadas durante o regime ditatorial.
O pai de Michelle Bachelet, o brigadeiro Alberto Bachelet, homem de confiança de Allende, morreu na prisão, após várias sessões de torturas.
Por estes e outros motivos, Bachelet não decretou luto oficial e não ofereceu honras de chefe de Estado ao ex-ditador.
Mas ainda hoje, o Chile discute sua decisão. As vítimas da repressão entendem que ele não deveria ter sido velado no Exército, por ser instituição pública.
Seus seguidores, por sua vez, acham que deveria ter sido feriado quando ele morreu. A discussão é só mais um prova de que o Chile continua dividido.
Pinochet serviu quase toda a vida no Exército até chegar à Presidência, depois de liderar um sangrento golpe contra o governo do presidente socialista Salvador Allende em 1973.
Segundo o jornal chileno La Nación, o atual chefe do Exército, Oscar Izurieta, rejeitou o apelo da família de colocar as cinzas de Pinochet na Escola Militar – instituição da elite no Chile e onde seu corpo foi velado durante dois dias. Izurieta também disse não à possibilidade de que as cinzas fossem depositadas em qualquer outro endereço do Exército.
No governo do presidente Ricardo Lagos, antecessor da presidente Michelle Bachelet, já se havia descartado, de acordo com a imprensa chilena, que Pinochet tivesse uma tumba “napoleônica”, como sonhara, na mesma Escola Militar.
A poucos dias da morte de Pinochet, no início deste mês, Izurieta teria sugerido que as cinzas do homem que governou o país durante 17 anos fossem jogadas na “Carretera Austral” (estrada Austral), construída em sua administração.
Sua mulher, Lucía Hiriart, e seus filhos recusaram a oferta. Sem mais alternativas, a família de Pinochet optou por deixar as cinzas no sítio “Los Boldos”, onde passaram longas temporadas quando ele estava vivo. Ali, os restos do general estão sendo vigiados por soldados do Exército.
Pinochet foi cremado depois do velório na Escola Militar, onde seguidores fizeram fila para ver seu corpo.
Divisão
A morte do general mostrou que o Chile continua um país dividido entre “pinochetistas” e “anti-pinochetistas”, 16 anos depois da volta da democracia.
As organizações de direitos humanos estimam que este país com cerca de 15 milhões de habitantes teve 3 mil desaparecidos políticos e outros milhares de torturados durante a gestão de Pinochet (1973-1990).
A presidente chilena e sua mãe, Ángela Jeria, foram torturadas durante o regime ditatorial.
O pai de Michelle Bachelet, o brigadeiro Alberto Bachelet, homem de confiança de Allende, morreu na prisão, após várias sessões de torturas.
Por estes e outros motivos, Bachelet não decretou luto oficial e não ofereceu honras de chefe de Estado ao ex-ditador.
Mas ainda hoje, o Chile discute sua decisão. As vítimas da repressão entendem que ele não deveria ter sido velado no Exército, por ser instituição pública.
Seus seguidores, por sua vez, acham que deveria ter sido feriado quando ele morreu. A discussão é só mais um prova de que o Chile continua dividido.