Lula inicia 2º mandato com indefinições e incógnitas, diz 'La Nación'

da BBC, em Londres

O jornal argentino La Nación diz em sua edição desta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o segundo governo com um plano econômico com "indefinições" e um ministério de "incógnitas".

“Lula reiterou sua promessa de campanha de fazer um segundo governo de desenvolvimento, distribuição de riqueza e educação de qualidade, mas sem apresentar medidas concretas”, escreveu o jornal.

“O conteúdo do discurso parece indicar que continuará a ortodoxia econômica herdada do social-democrata Fernando Henrique Cardoso”, afirmou.

O jornal argentino diz que o Programa de Aceleração do Crescimento citado por Lula para aprofundar as conquistas econômicas e avançar na inclusão social “parece apenas o título de trailer de cinema”.

“Os cenários, personagens e situações mostrados são cativantes, mas falta revelar o roteiro que explique a trama”, diz o La Nación.

O jornal também destaca que na área de integração regional o presidente apenas reafirmou os laços regionais numa referência ao caráter multilateral de sua política exterior, mas não fez declarações concretas sobre a agenda do Mercosul.

“Novo período sem muitas novidades” é o título do editorial do jornal argentino El Clarín.

O texto cita a pesquisa de aprovação do presidente Lula feita pelo DataFolha em dezembro e diz que “parece excessivo” que 35% da população considere Lula como o melhor presidente da história do Brasil.

“Especialmente à luz do profundo giro ortodoxo que este ex-operário impôs à economia quando chegou ao poder em seu primeiro mandato”, afirma o jornal, lembrando que o crescimento do Brasil é um dos mais baixos da região.

O jornal chileno El Mercúrio destaca a promessa do presidente Lula de fazer um governo “popular” mas não “populista”. Esta declaração do presidente também foi destaque em outros jornais estrangeiros.

Na Espanha, o jornal El País diz que “Lula assume segundo mandato tendo a economia como grande desafio”.

O jornal diz que a posse aconteceu “sem o fervor popular que caracterizou o início de seu primeiro mandato em 2003” e que Lula prometeu “coragem, ousadia e criatividade” para promover o desenvolvimento econômico e democrático e acelerar o crescimento.


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