Disputa comercial não afeta relação entre Brasil e Argentina, diz analista
da BBC, em Londres
A disputa comercial entre Argentina e Brasil pelas exportações argentinas de resina PET ao mercado brasileiro não afetarão a relação entre os dois países, na opinião do ex-secretário argentino de Indústria, Dante Sica, da consultoria Abeceb.com.
Para Sica, é “normal” que a Argentina tenha apelado à Organização Mundial do Comércio (OMC), já que o Tribunal de Soluções de Controvérsias do Mercosul poderia não ser o órgão adequado para a discussão.
“Neste debate estão duas gigantes do ramo químico, instaladas nos dois países. Mas é um problema que supera as gestões do Brasil e da Argentina”, disse ele.
As “gigantes” são a Voridian Argentina SRL, de capital americano da empresa Eastman, instalada na Argentina, e a M&G, empresa italiana, cuja subsidiária brasileira é a Rhodia-Ster.
Exportações
Sica recordou que a Argentina exportou US$ 6,4 bilhões para o Brasil no ano passado e que apenas 0,015% desse total foram referentes a PET – produto usado nas embalagens de refrigerantes e água mineral, entre outros.
Em 2005, essas exportações eram muito maiores, representando 1,3% do total das vendas da Argentina ao Brasil.
A Voridian é a maior produtora da resina na Argentina e suas exportações ao Brasil representam 80% de sua produção.
Fontes do governo argentino e o analista Dante Sica recordaram que, há cerca de um ano e meio, autoridades dos dois países vêm discutindo a sobretaxa imposta pelo Brasil ao produto da Voridian.
Mas não houve entendimento, e por isso a Argentina apelou à OMC. Disputas na OMC, recordou Sica, já ocorreram com outros produtos, como o frango, e se chegou a entendimento.
Agora, o argumento brasileiro é o de que a Voridian vende ao Brasil preços 50% mais baixos que os do mercado internacional.
No governo argentino, estes valores são confirmados, e os mais avessos a esta integração argumentam que ao apelar à OMC a administração do presidente Nestor Kirchner estaria “forçando” reformas nos mecanismos do Mercosul e definindo uma estratégia “para levar o Brasil” a voltar atrás na sobretaxa.
Especulações
Na opinião de Dante Sica, estas são apenas especulações.
“A discussão sobre a PET não é relevante nesta integração”, disse o analista.
Na sua opinião, a relação entre os dois países “vai bem” e o conflito comercial não chegaria a ser o tema principal da próxima reunião do Mercosul, nos dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.
Na reunião, segundo Sica, medidas para ajudar o Paraguai e o Uruguai – sócios menores do bloco – voltarão a ser um dos temas principais das discussões.
Em entrevista à Agência Estado, o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradia, disse que a empresa M&G pretende “monopolizar o mercado de resina PET no Brasil, eliminando a concorrência e expulsando a empresa argentina”.
Mudanças
Para Dante Sica, essa “briga de gigantes” está em fase de mudanças.
A Rhodia-Ster começou a fabricar o produto no Brasil, e o país passará a não só dispensar as compras da Voridian, mas a ser exportador neste segmento, disse Sica.
O analista entende que, ao apelar à OMC, a Argentina acabará “pressionando” para que as duas empresas sentem para negociar e cheguem a um acordo, “entre elas”, sobre seus papéis nos dois países e na região.
Segundo o ex-secretário e economista, desde que o Brasil decidiu criar taxa para a importação de PET da Argentina, a empresa vem buscando outros mercados.
“Mas não está fácil de conseguir”, afirmou.
Neste contexto, acrescentou, estão ainda fabricantes asiáticos do produto de olho neste mercado regional.
O que também contribui, afirmou, para aumentar a disputa entre as empresas, mas sem afetar, reiterou, a relação entre Brasil e Argentina ou no Mercosul como um todo.
“É uma questão comercial, mas que de jeito algum atinge a relação entre os dois principais sócios do bloco ou o bloco como um todo”, afirmou.
Para Sica, é “normal” que a Argentina tenha apelado à Organização Mundial do Comércio (OMC), já que o Tribunal de Soluções de Controvérsias do Mercosul poderia não ser o órgão adequado para a discussão.
“Neste debate estão duas gigantes do ramo químico, instaladas nos dois países. Mas é um problema que supera as gestões do Brasil e da Argentina”, disse ele.
As “gigantes” são a Voridian Argentina SRL, de capital americano da empresa Eastman, instalada na Argentina, e a M&G, empresa italiana, cuja subsidiária brasileira é a Rhodia-Ster.
Exportações
Sica recordou que a Argentina exportou US$ 6,4 bilhões para o Brasil no ano passado e que apenas 0,015% desse total foram referentes a PET – produto usado nas embalagens de refrigerantes e água mineral, entre outros.
Em 2005, essas exportações eram muito maiores, representando 1,3% do total das vendas da Argentina ao Brasil.
A Voridian é a maior produtora da resina na Argentina e suas exportações ao Brasil representam 80% de sua produção.
Fontes do governo argentino e o analista Dante Sica recordaram que, há cerca de um ano e meio, autoridades dos dois países vêm discutindo a sobretaxa imposta pelo Brasil ao produto da Voridian.
Mas não houve entendimento, e por isso a Argentina apelou à OMC. Disputas na OMC, recordou Sica, já ocorreram com outros produtos, como o frango, e se chegou a entendimento.
Agora, o argumento brasileiro é o de que a Voridian vende ao Brasil preços 50% mais baixos que os do mercado internacional.
No governo argentino, estes valores são confirmados, e os mais avessos a esta integração argumentam que ao apelar à OMC a administração do presidente Nestor Kirchner estaria “forçando” reformas nos mecanismos do Mercosul e definindo uma estratégia “para levar o Brasil” a voltar atrás na sobretaxa.
Especulações
Na opinião de Dante Sica, estas são apenas especulações.
“A discussão sobre a PET não é relevante nesta integração”, disse o analista.
Na sua opinião, a relação entre os dois países “vai bem” e o conflito comercial não chegaria a ser o tema principal da próxima reunião do Mercosul, nos dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.
Na reunião, segundo Sica, medidas para ajudar o Paraguai e o Uruguai – sócios menores do bloco – voltarão a ser um dos temas principais das discussões.
Em entrevista à Agência Estado, o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradia, disse que a empresa M&G pretende “monopolizar o mercado de resina PET no Brasil, eliminando a concorrência e expulsando a empresa argentina”.
Mudanças
Para Dante Sica, essa “briga de gigantes” está em fase de mudanças.
A Rhodia-Ster começou a fabricar o produto no Brasil, e o país passará a não só dispensar as compras da Voridian, mas a ser exportador neste segmento, disse Sica.
O analista entende que, ao apelar à OMC, a Argentina acabará “pressionando” para que as duas empresas sentem para negociar e cheguem a um acordo, “entre elas”, sobre seus papéis nos dois países e na região.
Segundo o ex-secretário e economista, desde que o Brasil decidiu criar taxa para a importação de PET da Argentina, a empresa vem buscando outros mercados.
“Mas não está fácil de conseguir”, afirmou.
Neste contexto, acrescentou, estão ainda fabricantes asiáticos do produto de olho neste mercado regional.
O que também contribui, afirmou, para aumentar a disputa entre as empresas, mas sem afetar, reiterou, a relação entre Brasil e Argentina ou no Mercosul como um todo.
“É uma questão comercial, mas que de jeito algum atinge a relação entre os dois principais sócios do bloco ou o bloco como um todo”, afirmou.