Sobretaxa visa fechar o mercado, dizem empresas
da BBC, em Londres
A Associação Brasileira de Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não-Alcoólicas (Abir), que reúne empresas que usam embalagens de PET, acha que a sobretaxa imposta pelo governo brasileiro à importação de resina PET da Argentina e dos Estados Unidos tem por objetivo fechar o mercado brasileiro para a empresa italiana M&G, que inaugura este mês uma fábrica no país com capacidade para atender a todo o mercado brasileiro.
“Não podemos aceitar ficar reféns de uma empresa”, afirma o presidente da Abir, Hoshe Pulcherio.
A entidade é contra a sobretaxa, e discorda da avaliação do governo brasileiro de que o produto argentino era vendido no país por um preço abaixo do custo de produção. O preço, segundo ele, era equivalente ao nacional e ao importado de outros países.
O Gruppo Mossi & Ghisolfi foi procurado pela BBC Brasil mas não retornou os contatos telefônicos. A empresa inaugura neste mês uma fábrica em Pernambuco, que deve entrar em operação total em abril, com capacidade de produzir cerca de 450 mil toneladas de resina PET, o equivalente a todo o consumo nacional.
Atualmente, as duas empresas que atuam no país só produzem metade do consumo total, o que obriga as empresas a importarem o restante.
Dumping
“Realmente diminui a concorrência, mas o dumping é ilegal”, afirma o chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Roberto Azevedo.
Ele diz que a investigação realizada pelo Ministério do Desenvolvimento concluiu que havia dumping – situação em que o preço de exportação é menor do que o preço de venda no mercado onde o produto é feito – e que a sobretaxa tem por objetivo corrigir esta diferença.
Não importa, diz Azevedo, se com a sobretaxa o preço do produto passa a custar mais do que o dos concorrentes.
Depois da sobretaxa, o produto argentino ficou quase 30% mais caro do que o produzido no Brasil ou importado de outros países, de acordo com a Abir. Com isso, a importação da Argentina praticamente acabou, substituída por vários países asiáticos, como Coréia do Sul, Taiwan e China.
Planejamento estratégico
Embora o preço tenha permanecido o mesmo, Azevedo diz que a distância dificulta o planejamento estratégico das empresas, que têm que importar grandes quantidades e esperar entre um mês e meio e dois meses para receber o produto.
“É melhor importar dentro do Mercosul do que importar de um país distante”, afirma. “Hoje é absolutamente inviável importar da Argentina e dos Estados Unidos (outro país que enfrenta sobretaxa).”
Embora a punição tenha sido pedida pela M&G contra uma empresa americana instalada na argentina, a Voridian (divisão de polímeros da empresa americana Eastman, responsável pela produção da resina PET), agora o caso é tratado pelos dois governos.
O governo brasileiro aceitou o pedido da Argentina de uma negociação, o que deve acontecer em território brasileiro, ainda em janeiro. Se a Argentina não ficar satisfeita com a solução negociada, pode ainda decidir levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Não podemos aceitar ficar reféns de uma empresa”, afirma o presidente da Abir, Hoshe Pulcherio.
A entidade é contra a sobretaxa, e discorda da avaliação do governo brasileiro de que o produto argentino era vendido no país por um preço abaixo do custo de produção. O preço, segundo ele, era equivalente ao nacional e ao importado de outros países.
O Gruppo Mossi & Ghisolfi foi procurado pela BBC Brasil mas não retornou os contatos telefônicos. A empresa inaugura neste mês uma fábrica em Pernambuco, que deve entrar em operação total em abril, com capacidade de produzir cerca de 450 mil toneladas de resina PET, o equivalente a todo o consumo nacional.
Atualmente, as duas empresas que atuam no país só produzem metade do consumo total, o que obriga as empresas a importarem o restante.
Dumping
“Realmente diminui a concorrência, mas o dumping é ilegal”, afirma o chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Roberto Azevedo.
Ele diz que a investigação realizada pelo Ministério do Desenvolvimento concluiu que havia dumping – situação em que o preço de exportação é menor do que o preço de venda no mercado onde o produto é feito – e que a sobretaxa tem por objetivo corrigir esta diferença.
Não importa, diz Azevedo, se com a sobretaxa o preço do produto passa a custar mais do que o dos concorrentes.
Depois da sobretaxa, o produto argentino ficou quase 30% mais caro do que o produzido no Brasil ou importado de outros países, de acordo com a Abir. Com isso, a importação da Argentina praticamente acabou, substituída por vários países asiáticos, como Coréia do Sul, Taiwan e China.
Planejamento estratégico
Embora o preço tenha permanecido o mesmo, Azevedo diz que a distância dificulta o planejamento estratégico das empresas, que têm que importar grandes quantidades e esperar entre um mês e meio e dois meses para receber o produto.
“É melhor importar dentro do Mercosul do que importar de um país distante”, afirma. “Hoje é absolutamente inviável importar da Argentina e dos Estados Unidos (outro país que enfrenta sobretaxa).”
Embora a punição tenha sido pedida pela M&G contra uma empresa americana instalada na argentina, a Voridian (divisão de polímeros da empresa americana Eastman, responsável pela produção da resina PET), agora o caso é tratado pelos dois governos.
O governo brasileiro aceitou o pedido da Argentina de uma negociação, o que deve acontecer em território brasileiro, ainda em janeiro. Se a Argentina não ficar satisfeita com a solução negociada, pode ainda decidir levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).