Ativistas apontam Goa como paraíso de pedofílos
da BBC, em Londres
O Estado de Goa, no sul da Índia, pode estar se tornando um novo destino para pedófilos no sudeste asiático, indicam informações apuradas pela BBC.
Para agravar a situação, ativistas envolvidos no combate à pedofilia dizem que as autoridades locais estão fechando os olhos para o problema.
A consultora de uma organização não governamental que atua em Goa, Children's Rights (Direitos das Crianças), Nishta Desai, calcula que existam centenas de crianças sendo abusadas sexualmente por pedófilos estrangeiros.
"Acreditamos que (o problema) seja organizado e razoavelmente institucionalizado", diz ela.
Para Desai, não existe vontade política de enfrentar o problema. "Existe a sensação de que se o governo combater o problema diretamente, podemos perder turistas e manchar a reputação de Goa", diz ela.
Fortalecendo esta teoria, há um relatório encomendado pelo governo de Goa que calcula que pelo menos cem pedófilos atuam na região durante a alta temporada e que o problema estaria aumentando. O documento nunca foi publicado.
E mais, nas raras vezes em que estrangeiros enfrentaram julgamentos por crimes de pedofilia, eles foram inocentados em quase todos os casos.
Flagrante
Alguns pedófilos abordam as crianças diretamente na praia e oferecem a elas comida ou bebida antes de levá-las aos seus quartos de hotel.
Outras são abordadas por intermediários, como motoristas de táxi.
O correspondente da BBC Allan Urry relata que, em apenas meia hora em que esteve em uma praia no norte de Goa, um jovem que se identificou como Romeu disse que conhecia amigos na cidade vizinha de Mapusa que poderiam facilitar seu acesso a garotas.
Quando o jornalista lhe perguntou se havia garotas de 13 anos de idade disponíveis, "Romeu" respondeu: "sem problemas" - apesar de a idade mínima para se manter relações sexuais em Goa ser de 18 anos.
ONU
ONGs atuantes em Goa dizem que a demanda por crianças para prostituição é tão alta que elas vêm sendo trazidas de outras regiões.
"Traficantes em Mumbai enviam garotas para os traficantes locais por ônibus, que as fornecem para os hotéis", diz Arun Pandey, diretor da ONG ARZ, que resgata crianças da indústria sexual.
O problema também vem preocupando a ONU. No ano passado, a agência para Crimes e Drogas da instituição disse calcular que entre três e quatro milhões de mulheres e crianças sejam vítimas de tráfico sexual na Índia.
Um relatório da agência afirma que Goa é um dos "destinos principais" para crianças exploradas por pedófilos e que o turismo sexual no Estado é "significativo".
Governo nega
O secretário para o Bem-Estar Social do Estado, Subhash Shirodkar, afirma categoricamente que "nem habitantes de Goa nem de outros lugares são abusados na região".
"O assunto vem sendo exagerado", disse Shirodkar. "Podem ter ocorrido um ou dois casos nos últimos cinco ou dez anos, talvez."
Ele nega que o tráfico infantil seja um problema.
"As ONGs não mencionam isso para mim quando nos encontramos semanalmente ou mensalmente", diz ele.
Para agravar a situação, ativistas envolvidos no combate à pedofilia dizem que as autoridades locais estão fechando os olhos para o problema.
A consultora de uma organização não governamental que atua em Goa, Children's Rights (Direitos das Crianças), Nishta Desai, calcula que existam centenas de crianças sendo abusadas sexualmente por pedófilos estrangeiros.
"Acreditamos que (o problema) seja organizado e razoavelmente institucionalizado", diz ela.
Para Desai, não existe vontade política de enfrentar o problema. "Existe a sensação de que se o governo combater o problema diretamente, podemos perder turistas e manchar a reputação de Goa", diz ela.
Fortalecendo esta teoria, há um relatório encomendado pelo governo de Goa que calcula que pelo menos cem pedófilos atuam na região durante a alta temporada e que o problema estaria aumentando. O documento nunca foi publicado.
E mais, nas raras vezes em que estrangeiros enfrentaram julgamentos por crimes de pedofilia, eles foram inocentados em quase todos os casos.
Flagrante
Alguns pedófilos abordam as crianças diretamente na praia e oferecem a elas comida ou bebida antes de levá-las aos seus quartos de hotel.
Outras são abordadas por intermediários, como motoristas de táxi.
O correspondente da BBC Allan Urry relata que, em apenas meia hora em que esteve em uma praia no norte de Goa, um jovem que se identificou como Romeu disse que conhecia amigos na cidade vizinha de Mapusa que poderiam facilitar seu acesso a garotas.
Quando o jornalista lhe perguntou se havia garotas de 13 anos de idade disponíveis, "Romeu" respondeu: "sem problemas" - apesar de a idade mínima para se manter relações sexuais em Goa ser de 18 anos.
ONU
ONGs atuantes em Goa dizem que a demanda por crianças para prostituição é tão alta que elas vêm sendo trazidas de outras regiões.
"Traficantes em Mumbai enviam garotas para os traficantes locais por ônibus, que as fornecem para os hotéis", diz Arun Pandey, diretor da ONG ARZ, que resgata crianças da indústria sexual.
O problema também vem preocupando a ONU. No ano passado, a agência para Crimes e Drogas da instituição disse calcular que entre três e quatro milhões de mulheres e crianças sejam vítimas de tráfico sexual na Índia.
Um relatório da agência afirma que Goa é um dos "destinos principais" para crianças exploradas por pedófilos e que o turismo sexual no Estado é "significativo".
Governo nega
O secretário para o Bem-Estar Social do Estado, Subhash Shirodkar, afirma categoricamente que "nem habitantes de Goa nem de outros lugares são abusados na região".
"O assunto vem sendo exagerado", disse Shirodkar. "Podem ter ocorrido um ou dois casos nos últimos cinco ou dez anos, talvez."
Ele nega que o tráfico infantil seja um problema.
"As ONGs não mencionam isso para mim quando nos encontramos semanalmente ou mensalmente", diz ele.